Em 2011 o filme “Os Brutamontes” contou a história de um jogador de hockey que só tinha um único talento: de brigar com os jogadores adversários; mas, mesmo assim, tornou-se um jogador icônico para seu time. Vimos sua jornada de um nada para parte integrante de um time. Lembra muito o primeiro filme do Rocky na ideia da pessoa que melhora a sua vida através dos esportes, que luta muito. Agora chega a continuação da jornada, Doug Glatt tenta se provar como jogador para seu time, sua família e para si mesmo.

Glatt já demonstra um corpo debilitado depois dos anos de luta dentro das pistas de gelo. Agora sua esposa está grávida e uma vida mais responsável é exigida dele. Para piorar o time foi comprado por um sujeito narcisista, que deseja colocar o seu filho como capitão do time independente de sua qualidade de liderança.

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O que fica evidente para quem viu o primeiro filme é que essa continuação apela bastante para a comédia. Momentos e visões cômicas já ocorriam no primeiro filme, mas, neste, tudo fica mais exagerado e bem fora de tom. É como se existisse uma vontade de encaixar comédia neste filme que claramente é muito mais um drama. Quem dirige é Jay Baruchel que tem uma carreira longa neste gênero e já era um personagem importante no primeiro longa assim como nesse segundo. Ele também está no roteiro, assim como no roteiro do primeiro, mas parece que perdeu totalmente a mão no que diz respeito ao tom.

Sei que estou falando muito do primeiro filme nesta critica, mas é fundamental falar dele, pois, sem o assistir, esse segundo longa pode parecer só uma comédia meio estranha com bons momentos de filme de esporte. Quando não tenta ser uma comédia pastelona ele tem ótimos momentos. Assim como o primeiro filme é uma versão de Rocky com patins de gelo, essa continuação é um Rocky II em quase todos os aspectos. O esportista que está machucado demais para continuar a carreira, um filho chegando e o drama de querer fazer aquilo que ama.

O terceiro ato é ótimo e trás toda aquela carga de filme de esporte que levantam o astral. É impossível não torcer por Glatt (interpretado por Sean William Scoott) e para o time de hockey. O emocional do filme é muito interessante, o problema é que toda a tensão é quebrada por uma comédia escatológica. O roteiro também tem a mão de Jesse Chabout que por sua vez se baseia num livro de mesmo nome.

O filme é razoável. Interessante para quem viu o primeiro. Uma boa dica é arrumar os dois longas e vê-los na sequência. Isso ajudará a ver a mudança de tom de um para o outro e, ao mesmo tempo, acompanhar uma história emocionante e divertida deste jogador humilde e de talento particular.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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