Muita gente achou curioso quando foi anunciado um filme onde o universo Pokémon seria abordado em um live-action, mas sem os personagens clássicos do anime, e sim uma história onde Pikachu seria um detetive. A verdade é que já existia um game nessa mesmíssima temática, mas que só foi lançado no Japão e permanece como um dos mais obscuros da série. A verdade é que essa franquia já havia se aventurado no cinema, mas em longas animados e seguindo a cronologia do anime clássico.

Tim Gordon é um jovem pouco aventureiro que acaba tendo que viajar para a cidade de Ryme onde Pokémons e pessoas vivem em perfeita harmonia. Seu pai, um policial, acaba sofrendo um acidente e falecendo. Um Pikachu, que só consegue se comunicar com Tim, alega que conhecia o pai do menino, mas está sem memória. Juntos eles partem numa jornada para descobrir a verdade sobre o pai do Tim e a memória perdida do Pikachu.

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Antes de começar essa crítica é preciso dizer uma coisa: o Tarja, na maior parte das vezes, vai a cabines de imprensa. O que é isso? As distribuidoras de filmes realizam sessões para a imprensa especializada para incentivar que venhamos a escrever críticas, fazer vídeos, e de certa forma divulgar o longa. O problema é que nesta cabine o filme nos foi apresentado em sua versão dublada. Pessoalmente eu não sou um detrator da dublagem, mas pessoalmente acredito que neste filme essa foi uma péssima decisão. Muito se vendeu a voz do Ryan Reynolds no Pikachu e isso se perdeu completamente para nós na cabine. Além do que é difícil avaliar as atuações dos atores. Justice Smith e Kathryn Newton foram mal dublados, apesar do Pikachu em si ter sido feito de forma competente. Então nesta crítica não vou falar diretamente das atuações dos atores, e sim dos personagens dentro da trama.

O roteiro é extremamente divertido apesar de bastante óbvio em diversos pontos. As interações entre os personagens é muito boa e você facilmente fica investido na trama. O universo Pokemon é muito bem representado, mesmo que não tenha os elementos clássicos da franquia. É perceptível que os realizadores do filme realmente amam aquele universo e desejam fazer algo respeitoso e encantador. Os efeitos especiais para fazer os pokémons são incríveis e em dado momento você esquece que eles não são reais.

O roteiro tem suas obviedades e acaba se prendendo a várias fórmulas, mas isso não chega a ser um grande problema já que os clichês são bem feitos e simpáticos. Em termos de comédia o filme é certeiro em seu texto, apesar de não poder avaliar o trabalho de Reynolds. Entretanto o personagem Pikachu em si é incrível e é impossível que você não se apaixone por ele.

O diretor Rob Letterman fez um grande trabalho de ação divertida que cumpre seu papel. Ele tem todo o tipo de filmes em sua careira (apesar de só ter feito sete). Filmes bacanas como Monstros VS Alienígenas e Goosebumps  e os péssimos As Viagens de Gulliver  e O Espanta Tubarões.

É o típico filme que levará as crianças a loucura e botará um sorriso nos rostos dos fãs mais velhos e até mesmo encantar pelos desavisados. Acredito que somente os fãs mais ortodoxos de Pokémon irão se incomodar com esse filme, mas a falta de pokebolas e treinadores é totalmente justificável no roteiro, além de referências diretas a outras produções audiovisuais da franquia. Este filme abre um novo caminho para longa inseridos nesse universo, mas sem necessariamente fazer continuações e universos compartilhados extremamente complexos. Finalmente o filme indiscutivelmente bom baseado em games. Nada espetacular e de explodir cabeças, mas competente e que bota um sorriso no rosto.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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