Explorar versões alternativas de um personagem é um recurso utilizado para brincar com diversos tipos de possibilidades. Permite ao roteiro responder perguntas do tipo “O que aconteceria se um herói tivesse uma origem diferente?”. Com o Homem-Aranha, isso tem acontecido cada vez mais em tramas em que vemos diversos Homens-Aranha se unindo contra um mal em comum. E em breve mais uma produção fará parte dessa vasta galeria de crossovers aracnídeos. Por isso, com a estreia de Homem-Aranha no Aranhaverso este artigo relembrará alguns desses encontros do amigão da vizinhança com outros heróis da teia.

Exibido entre 1994 e 1998, o desenho Homem-Aranha: A Série Animada trouxe uma aventura em que o herói a mando da Madame Teia se une com outras versões suas para deter uma versão maligna dominada pelo simbionte do Carnificina. O episódio em que isso ocorre se intitula “Eu odeio clones” e faz algumas referências à tão polêmica Saga do Clone. Curiosamente, um dos personagens que aparece neste episódio lembra a versão que ficou conhecida recentemente como Homem-Aranha Superior. Trata-se do Homem-Aranha da Terra 11983 que utiliza os braços mecânicos do Doutor Octopus. É improvável que um tenha inspirado a criação do outro muitos anos depois, mas mesmo assim vale o destaque por conta deste detalhe inusitado. Para saber mais sobre esses Homens-Aranha alternativos, fica a dica para conferir os textos do site Aracnofã sobre cada personagem nos links a seguir: Terra 39811, Terra 98311, Terra 11983, Terra 38119, Terra 31198

Fonte: Site Aracnofã

A nossa próxima parada revista o primeiro encontro entre o Homem-Aranha/Peter Parker da Terra 616, aquele que todos conhecemos desde sempre, e jovem Homem-Aranha/Miles Morales do já extinto Universo Ultimante. Publicado em 2012 como minissérie, o crossover permitiu que os dois construíssem a relação de mentor e aprendiz que perdura até as publicações atuais. Inclusive, esta mesma relação será replicada em Homem-Aranha no Aranhaverso. Devido ao sucesso da HQ, o time criativo composto por Brian Michael Bendis (roteiro) e Sara Pichelli (desenhos) repetiu a dose anos depois em uma história em que ambos conhecem o Miles Morales da Terra 616.

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Em 2014, finalmente chegou a vez do crossover mais ambicioso da mitologia aracnídea: Spider-Verse (Ou Aranhaverso, nome utilizado nas publicações da Editora Panini). Ao contrário do que ocorreu com o desenho dos anos 90, este encontro do Homem-Aranha 616 com versões alternativas foi muito maior em termos de quantidade de personagens, referências e homenagens. Há desde uma versão punk do Homem-Aranha até o bizarro Supaidaman e seu Leopardon da série japonesa de tokusatsu. Não só isso como há uma referência bem clara aos atores Tobey Maguire e Andrew Garfield que foram, respectivamente, os primeiros a interpretar o herói nos cinemas antes de Tom Holland. Entre erros e acertos da saga, não se pode deixar de admitir que muitos dos personagens apresentados nessas histórias ficaram muito populares como a Spider-Gwen (Terra 65) que chegou até a ganhar uma série própria. Para saber mais sobre o Aranhaverso, recomendo estes episódios do podcast Thwip View.

Por último, mas com certeza não menos importante há a saga Spidergeddon. Publicada no final do segundo semestre de 2018, a minissérie é uma continuação de Spider-Verse com a diferença de colocar Miles Morales com mais importância dentro da trama. Uma novidade é a inclusão do Homem-Aranha de um jogo criado exclusivamente para o Playstation 4 que, inclusive, deu as caras logo na edição 0 do evento. Outra curiosidade está na participação especial do lendário Stan Lee, um dos criadores do personagem ao lado de Steve Ditko, que aparece como um versão alternativa do cabeça de teia.

Enfim, encerro esta longa viagem pelos vários encontros do Homem-Aranha com versões suas destacando um detalhe interessante. Nem todos os Aranhas alternativos são versões de Peter Parker. Debaixo da máscara de alguns encontramos versões de amigos, namoradas de Peter e até mesmo outros heróis inusitados como o Capitão Britânia. É como se essa ideia referenciasse a frase da Tia May em Homem-Aranha 2 quando ela diz que “há um herói dentro de todos nós”. Com certeza, May, e o multiverso aracnídeo/Aranhaverso é uma grande prova disso.

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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