Em seu primeiro filme, Detona Ralph viajou pelo mundo dos jogos de fliperama como parte de sua jornada heroica. Agora chegou a vez de atualizá-lo com a sequência , mas peca por conta de um roteiro que pouco emociona ou faz refletir em seu resultado final.

Em WiFi Ralph: Quebrando a Internet, o mais famoso vilão dos videogames e Vanellope, sua companheira atrapalhada, iniciam uma arriscada aventura. Dessa vez, a dupla viaja para a world wide web, o universo expansivo e desconhecido da internet. Agora a missão é achar uma peça reserva para salvar o videogame Corrida Doce, de Vanellope. Para isso, eles contam com a ajuda dos “cidadãos da Internet” e de Yess, a alma por trás do “Buzzztube”, um famoso website que dita tendências.

Antes de iniciar esta nova jornada, o roteiro da animação toma o devido de cuidado de nos mostrar em que ponto de suas vidas os personagens estão no momento. Detona Ralph e Vanellope possuem uma bela amizade e compartilham entre si suas frustrações, anseios e necessidades. Com poucas linhas de diálogo, percebemos que ele prefere a rotina de sempre enquanto ela quer algo mais. Mesmo sem ainda saber o que esse “algo mais” seria, Vanellope guia mais uma vez o protagonista para uma jornada de aprendizado. 

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No entanto, antes que algo seja aprendido eles terão que passar pelos perigos deste lugar cheio de possibilidades e com ar de infinitude: a internet. É neste novo contexto que conhecemos o lado referencial de WiFi Ralph. No filme, a internet é esse universo onde as referências piscam na tela como pop-ups, click-baits se assemelham à vendedores de rua; redes sociais estão ativas a todo momento; mecanismos de busca ganham avatares que tentam adivinhar o que você procura e muito mais. Por isso, chega a ser um desafio perceber todas essas referências assistindo apenas uma única vez.

Outros destaques quando assunto é referência estão na forma como WiFi Ralph se aproveita de todo o arsenal de produções com a marca Disney. Há o caso de recentes aquisições do estúdio como Homem de Ferro e Groot (Guardiões da Galáxia), da Marvel, até a participação de Stormtroopers (Star Wars). No entanto, a cereja do bolo nesse caso fica para o crossover com as princesas de diversas animações. Há desde as mais clássicas como Bela Adormecida e a Pequena Sereia até as mais atuais como as irmãs de Frozen. É por conta dessas participações especiais que o filme aproveita seu estilo de humor irônico para criticar as peculiaridades dos clichês de histórias de fantasias da própria Disney.

Infelizmente, este aspecto é pouco trabalhado. Assim, perde-se a oportunidade de desenvolver melhor a trama principal. Fica no resultado final mais uma piada sobre o clichê da mocinha indefesa do que uma reflexão a respeito do tema. Não só isso como também falta emoção no desfecho da aventura. Senão fosse por isso, WiFi Ralph: Quebrando a Internet teria aquele ponto a mais que o faria ser superior ao seu antecessor. De qualquer forma, fica a diversão por ter assistido uma animação que cumpre bem sua missão de divertir e brincar com referências variadas.

Ficha técnica:

  • Data de lançamento: 3 de janeiro de 2019
  • Duração: 1h56min
  • Gênero: animação, aventura, 3D
  • Direção: Rich Moore
  • Roteiro: Rich Moore, Phil Johnston e Jim Reardon
  • Elenco de dublagem (versão original e brasileira) : John C. Reilly / Tiago Abravanel (Detona Ralph), Jack McBrayer / Rafael Cortez (Conserta-Felix Jr.), Sarah Silverman / MariMoon (Vanellope Von Schweetz), entre outros.

Assista ao trailer:

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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