Você teria coragem de derrubar seu próprio irmão do penhasco? O leão Scar teve sangue frio suficiente para realizar essa façanha em O Rei Leão, filme de animação lançado em 1994 que marcou o mundo das animações e do cinema, inclusive ganhará nos próximos anos (ou meses) um remake em live action. Após o nascimento de Simba (filho do rei Mufasa, irmão do vilão), Scar fica irritado ao ver que a possibilidade de subir ao trono está cada vez mais distante, então, não demora muito para colocar em ação o seu plano para roubá-lo – sem se importar como. Ele rapidamente convocou diversas hienas – em especial, Shenzi, Banzai e Ed – e tramou a morte de Mufasa e o desaparecimento de seu filho. Assim, o vilão assumiu a posição que almejava.

Scar, foi desenhado por Andreas Deja, desenhista da Walt Disney Studios, responsável pelos recursos da animação Hércules em 1995, Deja ganhou em 2006 o Prêmio Winsor McCay, glória dada aos profissionais que contribuíram de forma grandiosa ao mundo da animação.

Scar é maquiavélico e ambicioso, não se importando em eliminar qualquer um que vê como concorrente. Inteligente, sabe como ninguém tecer planos malignos, mas sua arrogância contribuiu para a queda de seus próprios planos. Ele também parece ter um grande carisma, capaz de induzir as hienas para seguir o seu plano. Mais tarde sabemos que também contava com a lealdade fanática de Zira, no filme O Rei Leão 2: O Reino de Simba, com quem teve dois filhos: Nuka e Vitani Kovu, sendo este último seu filho adotivo.

Enquanto Simba estava levando uma vida sem preocupações em seu exílio “Hakuna Matata” com Timão e Pumba, Scar estava no comando. Seu reino gerou devastação por todas as partes da “Pride Lands“, onde era proibido mencionar o nome de Mufasa em sua presença. Mas a situação no ciclo da vida estava pior. Faltava água e comida. Além disso, Scar era cruel com os seus súditos. A responsável pela caça era Sarabi, rainha-viúva de Mufasa, que por ser a viúva de um rei ainda possuía o direito de ser chamada de rainha, mas agora ela é apenas a rainha-viúva. A rainha-consorte das Terras do Reino durante o reinado de Scar era Zira (apareceu somente no segundo filme mas é implícito neste que ela era a rainha de Scar). Quando Sarabi tentou explicar a Scar que a única chance deles era deixar a Pedra do Reino, Scar enraiveceu e atacou a mãe de Simba.

Após ter sido convencido por Rafiki e pelo pai, que aparece nas estrelas, Simba resolve voltar à sua terra e percebe o rastro de destruição no seu antigo lar. Simba dá a chance para que Scar renuncie, mas este acusa Simba da morte de Mufasa e a batalha começa. Hienas e leões travam uma batalha épica. Na tentativa de salvar sua pele, Scar mente, mais uma vez, e culpa as hienas pela morte de Mufasa, mas sem saber que estas o ouviam. Uma feroz luta se inicia entre os dois com Scar levando vantagem (por ser mais velho e experiente do que Simba em lutas entre leões), mas Simba aproveitou-se do salto de Scar e o chuta na barriga, fazendo com que Scar caia da pedra do rei. Logo depois surgem as hienas, ferozes por Scar as ter traído, e o matam.

No segundo filme da trilogia vemos que Scar escolheu um herdeiro para terminar a sua missão de tomar as terras do rei, guiado por Zira. Este outro leão, Kovu, teve a missão de matar Simba mas desiste de ser vilão, já que acaba se apaixonando pela filha de Simba, a princesa Kiara, e com isso tornou-se amigo de Simba.

Scar se notabilizou por denotar vários traços e símbolos ligados ao antagonismo e ao mal. Foi inspirado no Rei Claudius, o antagonista da peça de William Shakespeare, Hamlet, além de possuir alusões ao político alemão Adolf Hitler, como fica claro na cena do recrutamento das hienas em seu plano maléfico, em que praticamente só faltava hastearem a bandeira nazista. Scar é interpretado por Jeremy Irons, vencedor do Oscar na Categoria de Melhor Ator por O Reverso da Fortuna em 1991. Inclusive, há diversas falas do vilão no filme que são baseadas na carreira do ator nas telonas. Em 1995 Jeremy, foi indicado ao MTV Movie Awards na categoria de Melhor Vilão, por sua personagem em O Rei Leão.

Além de toda essa construção e simbolismo, que já eram suficientes para tornar Scar um vilão marcante, no currículo dele também consta o fato de ser o primeiro vilão de filmes animados que mostra a morte direta de um personagem, regendo uma era de vilões realmente maus, e com personificações fortes. Atravessou gerações de crianças, adolescentes e adultos, estando sempre no imaginário dos mesmos quando o assunto é personagens maus. Isso tudo faz com que Scar seja mais do que merecedor de um lugar em nossa coluna.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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