Fico imaginando como seria o mundo da cultura pop caso certos filmes fossem apagados completamente da existência. Vamos pegar como exemplo Homem-Aranha (2002). Graças ao sucesso do filme dirigido por Sam Raimi há 15 anos atrás, a popularidade do amigo da vizinhança da Marvel cresceu ainda mais. E olha que estamos falando de um dos personagens mais conhecidos e icônicos das histórias em quadrinhos. Por conta disso, como imaginar uma linha do tempo sem este primeiro filme? E o que dizer de tudo que serviu de inspiração para certas mudanças (algumas bem questionáveis) nas revistas? Pensando nessas perguntas, resolvi escrever sobre este momento tão marcante e inspirador.

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Começando por 2003, quando foi lançado Spider-Man: The New Animated Series. Exibido pela MTV, o desenho tinha como proposta ser uma continuação do primeiro filme. A produção durou apenas uma temporada de 13 episódios. Para muitos fãs, isso foi motivo de comemoração já que Spider-Man: The Animated Series (1994) ainda continuava insuperável de certo modo. Vale lembrar que a nova série mantinha algumas alterações dos filmes enquanto fazia outras, como o visual de alguns personagens como Harry Osborn e Gata Negra. Mesmo assim, vale a pena a lembrança de ver o aracnídeo mais uma vez enfrentado seus inimigos na televisão. Sobre o desenho, fica a curiosidade de que o dublador do Peter Parker era o ator Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother)

Já em 2004, foi a vez de mais um grande sucesso nos cinemas. Se o primeiro filme serviu como ponto inicial de uma nova era dos heróis no cinema, o segundo solidificou as bases. Pensando nisso, alguns roteiristas da Marvel resolveram incluir em suas histórias algumas das mudanças que as adaptações fizeram em relação ao material original. Uma dessas mudanças foi a utilização das polêmicas teias orgânicas. Na revista solo do Aranha, por conta de um confronto contra a mutante Adriana Soria, o personagem foi se transformando em uma aranha. Com isso, despertou-se a capacidade de produzir teias. Tal mudança dividiu os fãs, pois muitos, como este colunista, apreciavam as histórias em que ele precisava se virar com um lançador de teia. Apenas para efeitos cronológicos, isso ocorreu durante um arco publicado neste mesmo ano, mais especificamente na revista Spectacular Spider-Man.

Voltando à questão dos filmes, mais precisamente do primeiro, não posso deixar de registrar também o quanto esta produção foi importante para o que temos hoje em dias em termos de adaptações de HQ. Aliás, sua importância pode ser dividida com Blade (1998) e X-Men (2000) já que ambos provaram para o público e para os produtores que este tipo de produção merecia uma segunda chance em outras mídias. Mesmo com erros e acertos desses filmes e dos que vieram depois, não há como negar que eles chegaram no momento certo. Inclusive, falando em momento, existe um acontecimento fatídico que influenciou não só o primeiro filme do aracnídeo como também uma de suas histórias: os atentados de 11 de setembro.

Para falar sobre isso, vamos aos fatos. Um mês após o ocorrido, a revista Amazing Spider-Man tratou do tema mostrando o herói em frente aos destroços do World Trade Center. A história teve roteiros de J. Michael Straczynski e desenhos de John Romita Jr. E no filme de 2002, vemos claramente o personagem sendo reconhecido como herói pela população de Nova York. Nem preciso dizer que isso causou certa estranheza nos fãs mais antigos já que nos quadrinhos o Aranha basicamente sempre foi rejeitado pelas pessoas que jurou proteger. Nesse sentido, vale ressaltar que essa mesma ideia foi utilizada mais de uma vez, não só nessa franquia como na posterior protagonizada por Andrew Garfiled.

Bom, o resto, como dizem, é história. Agora só nos resta olhar para o futuro e torcer para que a nova franquia estrelada por Tom Holland seja tão impactante e inspiradora. “Vai, teia, vai”!

Olhar Literário é uma coluna escrita por Marcus Alencar. Marcus é redator no site Leituraverso e um dos hosts do podcast Leituracast

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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