Provavelmente, você já sentiu medo, arrepio ou uma sensação estranha ao assistir a um filme com algum vilão mascarado. Suas histórias e seus disfarces misturam simplicidade com a necessidade de esconder o rosto, além de certos detalhes assustadores que fazem perder o sono. Quando estes elementos unem-se a um filme de terror categoria B, com muito sangue, facas e machados, as chances de se criar um grande vilão do cinema é alta. E aqui entra Jason Voorhees, um dos nossos Maiores Vilões do Cinema. Jason mais do que um vilão de filme slasher, ele é um ícone mundial do terror.
A história começa em 1957, com um caso de afogamento no lago do acampamento Crystal Lake. A vítima? Jason Voorhees. Passado um ano, um casal de jovens é brutalmente assassinado a facadas. Duas décadas depois de fechado, um grupo de amigos decide reabrir o acampamento. Um homem tenta avisá-los que não estão seguros ali, no entanto, eles acabam por ignorar o perigo e passam o fim de semana se divertindo por lá. Até que começam a morrer um por um. O assassino? Ou melhor, a assassina? Pamela Voorhees, a mãe de Jason, que acredita que a morte de seu filho foi causada pelas pessoas do acampamento.
Esse é o plot do primeiro filme da série que monta o mito de Jason, Sexta Feira 13, lançado em 1980. Criado por Victor Miller, com contribuições de Ron Kurz, Sean S. Cunningham e Tom Savini, originalmente, não era intenção fazer de Jason o principal protagonista da série, e isso fica claro claro com o enfoque na vingança de Pamela, a cozinheira do acampamento no primeiro longa. Jason teria se afogado em Crystal Lake, por negligência dos monitores que cuidavam das crianças acampadas ao redor do lago. O serial killer ganhou destaque e tornou-se o principal assassino da saga ao final do primeiro e início do segundo filme, quando ressurgiu da morte para também vingar o assassinato da mãe. Criando-se assim a figura sobrenatural de Jason e sua sede de vingança “moralizadora”, o que deu início às incontáveis mortes brutais em um total de 12 filmes, já contabilizando o histórico crossover Freddy x Jason de 2003.
Inicialmente, Jason utilizava um saco de estopa para cobrir o seu rosto, mas, sua marca registrada – a máscara de hóquei branca com furos e marcas em vermelho – passou a ser utilizada apenas no terceiro longa. Jason é considerado um dos assassinos mais cruéis do cinema. Se o vilão tivesse um caderno de anotações com todas as suas vítimas, certamente, teria cerca de 280 pessoas que foram assassinadas, seja a facadas, marteladas, machadadas, ou qualquer outro objeto que Jason encontrasse pelo caminho. Até mesmo esmagando com seu abraço de urso com uma força sobre-humana. Porém, Jason tem um diferencial que o destaca de outros vilões do estilo slasher, pois é como se ele tivesse um código de conduta e algumas outras curiosidades que vão além do simples desejo de matar.
Suas vítimas preferidas são jovens instrutores de acampamentos, com um gosto ainda mais forte e peculiar por adolescentes que, além de irritantes, transam. Dizem até que ele era cristão por matar inúmeros jovens que faziam sexo antes do casamento, agindo como uma “força sobrenatural moralizadora” para os jovens dessa sociedade lasciva. Outro fato curioso é que Jason não mata crianças (embora no terceiro filme, Friday the 13th Part III, ele tenha matado uma mulher grávida). Quando se encontra com uma criança, geralmente ele a ignora. A única ocasião onde Jason ataca crianças é em um jogo lançado para NES, onde elas podem ou não morrer dependendo do desempenho do jogador.
Jason é um perseguidor implacável, sempre conseguindo achar e alcançar seus alvos, porém aparece correndo atrás de suas vítimas apenas nos primeiros longas. Nas sequências dos filmes, Jason simplesmente andava com seu famoso movimento retilíneo uniforme, ao invés de correr, pois conhecia toda a região de Crystal Lake, ao contrário de suas vítimas que corriam sem rumo. Depois do oitavo filme (Friday the 13th Part VIII: Jason Takes Manhattan) Jason parece se “teletransportar” para perto de suas vítimas. No filme Freddy vs. Jason o personagem Freddy Krueger quase o mata afogado, pois, como morreu afogado, Jason tem muito medo de água. Porém, em quase todos os demais filmes, é visto entrando diversas vezes na água, para aniquilar suas vítimas, como no caso da parte IV e VI (Quando pula no barco do personagem Tommy). A partir do oitavo filme, a série começa a perder suas travas com relação à extrapolação aos poderes de Jason e a falta de coerência nos roteiros dos filmes, contradizendo suas próprias regras, porém favorecendo para a criação deste grande mito e ícone do cinema, que quebra qualquer regra da física e também de roteiro.
É revelado dois modos de “matar” Jason. O primeiro (de Jason Lives: Friday the 13th Part VI) é “matar” Jason do mesmo modo e no mesmo lugar onde morreu originalmente (ser afogado no Lago Cristal). O segundo (de Jason Goes to Hell: The Final Friday) é destruir seu coração, o qual é habitado por uma criatura que tem a aparência de um verme gigante (que aparece na capa do filme) que só pode ser destruído por pessoas que tem o mesmo sangue de Jason correndo nas suas veias, como no caso da sua irmã Diana, sua sobrinha Jessica e sua sobrinha neta Stephanie Kimble, fazendo o Jason ser soterrado pelas mãos demoníacas do inferno. Na cena inicial do filme Freddy vs. Jason, quando o Jason é despertado pelo Freddy Krueger, mostra-o saindo debaixo da terra de onde foi morto no filme “Jason vai para o inferno”.
Em 1992, Jason ganhou o prêmio Lifetime Achievement Award da MTV. Foi o primeiro dos únicos três personagens fictícios a quem foram dados este prêmio; os outros foram Godzilla em 1996 e Chewbacca em 1997. Jason ficou em #26 na lista dos “100 Maiores Vilões de Sempre” da revista Wizard e em #37 entre “100 Maiores Vilões de Sempre do Cinema“, numa lista feita pelo site Games Radar.
Apesar de ter um contexto galhofa nos últimos filmes, como as maiorias das sequências dos filmes B, Jason conseguiu manter sua fama de assassino brutal e imparável, um símbolo do terror que ultrapassou gerações. Ninguém consegue ver aquela máscara de goleiro de hóquei sem ficar impune de lembrar de Jason Voorhees. O que você acha de Jason? Deixe nos comentários e nos vemos novamente no domingo que vem. Se sobrevivermos até lá.