A série Ilha da Fantasia foi produzida entre 1977 até 1984 e teve sete temporadas. A trama consistia nessa ilha mágica que realiza o desejo dos hóspedes, mas, em como todas as tramas que lidam com desejos, existe sempre um efeito colateral. De modo geral suas tramas possuíam alguma moral ou mensagem de vida. Agora temos uma revitalização dessa série num filme que reinterpreta esse conceito como uma aventura de terror.

Temos uma premissa que praticamente se escreve sozinha e com inúmeras possibilidades incríveis para serem exploradas. Neste longa temos uma tentativa de misturar terror com comédia  com tramas que se entrelaçam enquanto vemos o sonho dos hóspedes se realizando. Tudo para ser uma história instigante.

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Fiquei surpreso quando percebi que esse filme estava sendo um fracasso nos Estados Unidos. Mesmo assim mantive-me animado para conferir a produção. Infelizmente as críticas americanas foram até leves com o gigantesco fracasso narrativo que é esse filme.

O roteiro beira a não fazer nenhum sentido. Alguns personagens parecem não ter personalidade o suficiente para possuírem um sonho para ser realizado na ilha, mesmo que isso seja o cerne do filme. Os diálogos são expositivos de forma tão descara que fiquei na dúvida se isso foi uma tentativa de fazer comédia. As tramas são amarradas da forma mais patética possível e beira a transformar o filme em algo que não possuiu propósito de existir. A resolução da trama parece ter sido reescrita no último segundo antes de ser filmado e também não possuiu lógica interna nenhuma.

A direção de Jeff Wadlow parece ter pedido para que todos os autores entregassem um trabalho medíocre, pois não é possível que todos os atores de um mesmo filme façam questão de atuar de forma tão preguiçosa. Só pode ter sido uma tentativa falha do diretor de criar comédia.

É simplesmente impossível ter qualquer sensação de terror com esse filme, além de ser até difícil entender se realmente foi intencional a comédia presente. O diretor já tinha um “fracasso” no currículo com o filme Verdade ou Desafio, mas nada se compara ao desastre que é A Ilha da Fantasia. Seu único trabalho verdadeiramente interessante, até o momento, é Kick-Ass 2.

Os outros dois roteiristas, além do próprio Wadlow, são Christopher Roach que também trabalhou em Verdade ou Desafio, mas também assinou Sem Escalas. O terceiro nome é Jillian Jacobs que só possuiu esse é o famigerado Verdade ou Desafio no cúrriculo. Isso me leva a pensar que talvez o problema tenha sido reunir uma equipe sem experiência no terror. Esse é um potencial muito grande de premissa para ser desperdiçado com uma produção dessas.

Atualmente estamos tendo um retorno de séries clássicas de antologia como The Twilight Zone da Amazon, Amazing Stories da Apple TV e Creepshow. Agora era o melhor momento para refazer a série onde cada episódio poderia ter um tom diferente, podendo ir do terror a comédia em cada história. Mas infelizmente o que temos é um filme incompetente do início ao fim. Nem mesmo para assistir como algo “tão ruim que é bom” vale a pena.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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