Tijolômetro – A Ordem (2025):

Ótimo!

Conhecer a História é fundamental, principalmente quando isso nos ajuda a interpretar os desafios do presente. Esse é o caso de A Ordem, um suspense que explora o avanço do extremismo nos EUA. Com uma trama equilibrada e excelentes atuações, o suspense do cineasta Justin Kurzel traz uma contribuição relevante ao debate sobre o nazismo e a proliferação de grupos terroristas na sociedade.

O agente do FBI Terry Husk (Jude Law) investiga uma série de assaltos a bancos e carros-fortes que aterrorizam o noroeste do Pacífico nos Estados Unidos. Ele suspeita que esses crimes são orquestrados por um grupo supremacista branco liderado por Bob Mathews (Nicholas Hoult), um líder carismático cujo objetivo é financiar ataques contra o governo americano. 

Baseado no livro The Silent Brotherhood, de Kevin Flynn e Gary Gerhardt, o roteiro de A Ordem constrói com precisão uma atmosfera opressiva. Isso já fica evidente quando Terry tem sua primeira interação com a polícia local ao chegar à pequena cidade de Coeur d’Alene. Por meio de diálogos simples, a direção consegue transmitir uma sensação de crescente desconfiança e paranoia, criando uma tensão constante ao longo da narrativa.

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Outro elemento digno de nota no filme é o trabalho de Jude Law. Com cuidado em diversos aspectos, ele interpreta diferentes camadas de seu protagonista: um homem desgastado, impulsivo, porém sempre atento aos mínimos detalhes. No entanto, seu personagem acaba sendo prejudicado por uma insistência do roteiro em reforçar que ele tem uma família que deve chegar em algum momento, mas que nunca aparece. Isso resulta em um desenvolvimento fragmentado, deixando a sensação de que sua construção foi incompleta.

Curiosamente, isso não ocorre com o líder do grupo supremacista conhecido como A Ordem. No longa, apesar de parecer inicialmente um simples assaltante de banco, Bob Mathews se mostra muito mais perigoso do que essa fachada. Com carisma, Nicholas Hoult convence como um homem de família, gentil e ao mesmo tempo firme. Também impressiona como um estrategista, organizando seus membros e os instruindo sobre como agir em seus ataques; uma voz da comunidade, que cativa as pessoas mais simples e as arrasta para sua perigosa cruzada em prol de um ideal nazista disfarçado de patriotismo. 

Em tempos de lideranças políticas cada vez mais agressivas, filmes como esse se tornam extremamente relevantes e necessários para entender mais sobre como nasce o horror das ações de grupos supremacistas que, infelizmente, existem até os dias atuais. Desse modo, é lamentável que uma produção tão relevante não tenha recebido o reconhecimento que merece nos cinemas. Felizmente, A Ordem foi disponibilizado este ano no Prime Video, permitindo que um público maior tenha acesso a essa narrativa essencial sobre os perigos do extremismo e do ódio organizado.

Assista ao trailer de A Ordem:

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