Sabemos que Hollywood está surfando em uma onda de remakes e sequências tardias de obras consagradas do cinema e que nem sempre o resultado é satisfatório. Isso causa desconfiança toda vez que um novo projeto é anunciado; e foi justamente o que aconteceu com Alien: Romulus, que chega aos cinemas com expectativas baixíssimas. Contudo, o longa de Fede Álvarez (O Homem nas Trevas) consegue surpreender ao resgatar de modo eficaz os elementos do clássico de 1979 e dar um toque original e ousado à franquia. 

Na trama escrita por Álvarez e Rodolfo Sayagues, somos levados a um planeta ainda em processo de colonização. Lá, conhecemos Rain (Cailee Spaeny, de Guerra Civil) e seu irmão Andy (David Jonsson) que, insatisfeitos com as condições de trabalho impostas pela corporação Weyland-Yutani, se unem a outros jovens colonizadores para explorar uma estação espacial abandonada em busca de meios de melhorar suas vidas. Porém, tudo que eles encontram é uma forma de vida ameaçadora, da raça dos Xenomorfos, determinada a caçá-los. 

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Cronologicamente falando, Alien: Romulus se passa entre Alien, O Oitavo Passageiro (1979) e Aliens, O Resgate (1986). Mesmo assim, a narrativa atual é apresentada de uma forma que não somos obrigados a assistir aos outros filmes da franquia para compreendê-la. Rapidamente nos ambientamos ao contexto espacial e nos identificamos com os personagens ao ter a mesma falta de conhecimento a respeito desse ser aterrorizante. 

Mas é claro que para quem acompanha a saga Alien a experiência se torna completa. É possível reconhecer as mesmas características que tornaram o primeiro filme uma referência tanto no gênero da ficção científica quanto do terror. Sem contar que a produção de Romulus faz questão de manter os efeitos práticos para mostrar o Xenomorfo em cena – inclusive nas mais violentas – e deixa o CGI para outros momentos. 

Também vale mencionar que Alien: Romulus não se sustenta apenas pela repetição do que fez sucesso no passado. O roteiro traz uma nova perspectiva sobre o papel da megacorporação Weyland-Yutani e como trabalhadores comuns se sentem explorados por ela. Dentro desse mesmo contexto também temos a questão do uso da inteligência artificial e o conflito entre priorizar o bem-estar dos humanos ou os interesses corporativos. 

Além de todos esses pontos, o que torna esse projeto ousado é a escolha para o desfecho que certamente dividirá opiniões entre os fãs. No geral, tirando os clichês básicos como contagens regressivas e frases de efeito, os 15 minutos finais proporcionam momentos de tensão genuína onde o destino dos personagens é incerto até o último instante. 

Alien: Romulus chega em um momento onde a retomada de clássicos desperta muitas suspeitas e até mesmo a antipatia do público. No entanto, esse filme consegue se destacar positivamente dentro da franquia pelo respeito que mantém ao material original e pela coragem de experimentar novas abordagens para uma mesma situação.

Assista ao trailer:

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Alien: Romulus (2024)

8.0 Muito bom!
  • Nota 8
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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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