Enfim chegamos à análise do ultimo filme lançado da franquia do Xenomorfo. Até então uma trilogia de respeito e que conseguiu reunir muitos fãs, tendo um final poético e definitivo, ou pelo menos essa era a ideia. Para o quarto filme da franquia mais uma vez reuniram bons nomes para o comando do filme, Jean-Pierre Jeunet na direção e o muito talentoso Joss Whedon no roteiro. O resultado disso não chegou a ser uma comédia de erros, mas acumulou muitos equívocos. Vamos por partes.
Passam-se 200 anos dos acontecimentos do último filme. Já começamos com uma bizarrice, logo na cena de abertura damos de cara com uma espécie de um bebê grande e com a fisionomia da Ellen Ripley, percebemos que a nossa grande protagonista caiu no hall das ideias ruins e foi clonada. Para completar a festa temos como justificativa da clonagem a utilização – por parte dos humanos – de um filhote da Alien Rainha que, para o roteirista, faz todo sentido ter sido clonado junto com o corpo da Ripley. E o motivo mais genérico possível dos humanos quererem um ser extremamente assassino, claro, usá-lo como arma. É, eu sei, muita criatividade. Mais uma vez vamos ter Ripley contra seu maior algoz.
Podemos pensar. Optou-se por um enredo tão simplista, devem ter pelo menos usado esse tempo economizado para criar bons personagens de apoio. Bom, também não. Chegam uns mercenários meio “qualquer nota” na nave militar em que o filme vai se desenrolar e eles vão funcionar como os Marines em Alien 2 (veja a crítica desse filme aqui), só que piores e mais rasos. Nesse grupo de mercenários vão se destacar dois atores: Nosso querido Hellboy, Ron Perlman e, na época queridinha de Hollywood, Wynona Ryder. Nem eles conseguem salvar muito esse grupo que é um amálgama do que foi feito nos filmes anteriores. E claro que em uma produção do Alien também não pode faltar a descoberta de um androide na tripulação, nesse filme temos isso e digamos que não foi de todo ruim.
O que mais incomoda em Alien: Ressurreição é a falta de respeito com o legado da franquia, chegando ao ponto de dizer que as Indústrias Weyland foram vendidas para uma Wall-Mart. Isso é sério? Sem falarmos em todo aquele conceito da maternidade da Ripley que permeia de forma sutil pela trilogia e que nesse filme é violentado, somos obrigados a ouvir Sigourney Weaver falando que é a mãe dos monstros em todo momento do filme, isso alinhado ao comportamento por vezes bizarro da personagem. Custava tanto criarem uma nova protagonista ao invés de sacanearem com a primeira brucutu dos cinemas (sim galera, ela veio antes da Sarah Connor).
Ripley nesse filme se tornou de certa forma o seu pior inimigo, devido à clonagem, o organismo dela se misturou ao da criatura e por sua vez o da criatura também adotou características da heroína. Agora a Alien Rainha não coloca ovos, ela tem um útero de um tamanho colossal e externo ao corpo… parada bizarra. Mas todo esse lance da Alien Rainha é pouquíssimo explorado no filme, acho que eles preferiram focar no que era ruim.
Enfim, sem dúvidas Alien: Ressurreição era um filme que poderia ter sido evitado, não a toa foi o longa que enterrou a franquia de vez. O resultado foi um fiasco em termos de estrutura narrativa e desenvolvimento de personagens, o filme só é bom naquilo que não se pode errar, efeitos especiais e os monstros mais nojentos e terríveis do que nunca. Esse filme consegue ser bem nojento. Se não venceu pela criatividade e nem pelo respeito do que se tinha feito anteriormente, pelo menos conseguiu fazer o horror brilhar, por mais que isso seja estranho.