Um filme surpreendente de várias maneiras, principalmente no terror. Hereditário crava seu nome em 2018 como um dos filmes mais assustadores do ano. Com uma trama transtornante e cheio de momentos de fechar os olhos e arrepiar, levantando a questão do vínculo familiar também no pacto com o demônio.

Após a morte da reclusa avó, a família Graham começa a desvendar algumas coisas. Mesmo após a partida da matriarca, ela permanece como se fosse um sombra sobre a família, especialmente sobre a solitária neta adolescente, Charlie, por quem ela sempre manteve uma fascinação não usual. Com um crescente terror tomando conta da casa, a família explora lugares mais escuros para escapar do infeliz destino que herdaram.

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O filme é dirigido pelo estreante Ari Aster que foge totalmente dos clichês na narrativa e nos sustos. Não espere por “jumpscares” assistindo Hereditário, aliás o filme escancara o que quer mostrar, causando uma coisa diferente do susto, o medo. E este medo é um amálgama de várias sensações perturbadoras ao longo do filme. Desde os trejeitos da Charlie, o trabalho de miniaturas da mãe (Toni Collete) e o introvertido filho mais velho interpretado por Alex Wolff. Momentos estes que culminam em cenas chocantes e até inacreditáveis. Criando o verdadeiro terror. Usando coisas bem fora do comum comparado a outros filmes do gênero.

Hereditário usa laços familiares para desenvolver uma relação que passa de abstrata para o concreto por meio sobrenaturais. O filme aborda também o poder do sugestionamento em cima de pessoas desesperadas como no caso de Joan e o tabuleiro ouija. A rejeição do feminino e as seitas secretas. Podem até parecer coisas comuns se você estiver lendo essa crítica sem ter assistido ao filme. Porém Hereditário elabora tais elementos de forma muito original na película, causando um grande desconforto com tamanhos sentimentos e símbolos estimulados pelo longa. Até mesmo uma simples pessoa nua tem o poder arrepiante do terror neste filme.

Hereditário é um filme que irá marcar época, me estranha um filme tão bom ter passado batido aos olhos do grande público. Se ainda não assistiu, não perca tempo e não deixe um marco do terror passar incólume por você. Talvez o melhor filme do gênero do ano!

 

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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