Desde que descobrimos que Hugh Jackman voltaria a interpretar Logan em Deadpool e Wolverine, as expectativas já estavam lá em cima para esse filme. O fato de esta ser oficialmente a primeira produção sobre o Mercenário Tagarela no MCU só serviu para aumentar as especulações sobre como o personagem mais desbocado e zoeiro da Marvel seria representado dentro dos domínios de Mickey Mouse. O resultado é uma viagem nostálgica e hilária repleta de referências e piadas ácidas que se sustenta no carisma da dupla de protagonistas. 

Wade Wilson (Ryan Reynolds) está “aposentado” como Deadpool, levando uma vida comum junto com seus amigos até que a AVT bate à sua porta. Para salvar sua linha do tempo da destruição, ele precisa unir forças com um Wolverine (Hugh Jackman) derrotado e assombrado pelos fantasmas do próprio passado. Juntos, eles têm que enfrentar Cassandra Nova (Emma Corrin) e seus aliados mutantes para encontrar o caminho de volta para seu universo. 

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A trama de Deadpool e Wolverine não tem nada de extraordinária ou inovadora para o gênero, mas apesar da simplicidade e das conveniências de roteiro, a alma do filme é o encontro desses dois personagens tão queridos pelo público. Tanto nos momentos de cooperação quanto nos de rivalidade e pancadaria, essa dupla improvável transborda carisma e sintonia, compartilhando de forma igual o protagonismo. 

Se falta originalidade no roteiro, isso é compensado com nostalgia. Essa é a palavra que melhor define o sentimento enquanto assistimos às duas horas e sete minutos de projeção. Apesar do tempo relativamente curto para os padrões atuais, é o suficiente para recebermos uma onda de fan service, participações especiais surpreendentes e referências aos filmes da extinta Fox e da Marvel, recheada com piadas e autocríticas sobre os acertos e fracassos dos estúdios ao longo dos anos. 

Para embalar as cenas de ação e comédia, a trilha sonora escolhida vai desde clássicos do pop dos anos 2000 até baladas românticas mais antigas; passando por NSYNC e chegando na Madonna com Like a Prayer. Cada música tem uma função, seja dar um tom mais descontraído às lutas ou então aumentar a empolgação conforme os instantes decisivos acontecem. 

Apesar de ser a entrada oficial do Mercenário Tagarela no MCU, Deadpool e Wolverine não é um divisor de águas dentro das produções do estúdio. Contudo, amarra bem as linhas temporais e abre diversas possibilidades para o futuro. Sem contar que é um alívio ver que a Disney não descaracteriza o personagem; pelo contrário, lhe dá mais munição para falar besteiras e rir da cara dos produtores, quebrando a quarta parede sem cerimônias. 

Em meio a tantas piadas, ainda sobra espaço para explorar a carga dramática dos personagens, especialmente a de Wolverine e seu passado sombrio. Porém, Deadpool também tem seus momentos onde é confrontando com aquilo que mais ama e precisa tomar decisões difíceis. É essa camada mais profunda que lhes dá a motivação necessária para fazer a narrativa se desenvolver. 

Para quem é fã de filmes de heróis em geral, Deadpool e Wolverine faz valer a espera e corresponde às expectativas que foram criadas, apresentando um filme que zomba, mas também honra o legado de anos deixado pela Fox e pela Marvel. Mesmo que seu destino dentro do MCU não tenha ficado claro, é recompensador ver que o Mercenário Tagarela pode chegar na casa nova bagunçando tudo e tirando sarro com a cara de todos sem distinção.

Assista ao trailer:

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Deadpool e Wolverine (2024)

8.5 Ótimo!
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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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