Tijolômetro – The Flash (2023):

Bom

Depois de sobreviver à reformulação do estúdio e às diversas polêmicas envolvendo seu astro principal, The Flash finalmente chega às telonas. Ainda que venha cercado de expectativas exageradas e alguns problemas técnicos, o filme solo do Velocista Escarlate consegue divertir e agradar aos fãs mais antigos com elementos nostálgicos além de acrescentar algumas novidades ao universo compartilhado da DC nos cinemas.

A trama começa quando Barry Allen (Ezra Miller) descobre que consegue viajar no tempo e decide voltar ao passado para impedir o assassinato da própria mãe e inocentar seu pai que foi acusado pelo crime. No entanto, ao tentar salvar sua família, Flash bagunça as linhas do tempo e percebe que está preso em uma realidade alternativa onde o General Zod (Michael Shannon) está prestes a atacar a Terra. Para evitar uma catástrofe, ele contará com a ajuda de outra versão de si mesmo e de outros heróis.

The Flash propõe adaptar a famosa HQ Ponto de Ignição (Flashpoint, 2011), porém segue por um rumo completamente diferente, tanto dos quadrinhos quanto da animação de 2013. Mesmo assim, as alterações trazem algumas adições de destaque ao elenco. A primeira delas é Michael Keaton reprisando o papel do Homem-Morcego mais de 30 anos depois. Sua participação é um forte apelo à nostalgia dos espectadores que são recompensados com uma ótima performance do ator, o qual mantém a mesma essência que o personagem tinha em Batman (1989) e Batman: O Retorno (1992). A novidade fica por conta da estreia de Sasha Calle como a Supergirl. A atriz imprime seriedade à heroína de forma adequada ao contexto da narrativa e faz um contraponto à personalidade cômica do protagonista.

E falando nele, o roteiro teve êxito ao não ofuscar o personagem-título. O filme é centrado no Flash e em suas ações, de maneira que a maior parte da responsabilidade recai sobre Ezra Miller. Deixando de lado todas as polêmicas que envolveram o ator nos últimos anos, não dá para negar que ele consegue transmitir carisma ao herói e à produção como um todo, interpretando duas versões de Barry. O resultado disso é uma mistura que intercala humor e ação. Ainda assim, não são todas as piadas que funcionam, sendo que algumas estão fora do timing e outras simplesmente não têm graça, mas o saldo final é positivo.

Dois pontos negativos se destacam no longa: o primeiro deles, de aspecto técnico, é a qualidade do CGI que deixa muito a desejar, principalmente na sequência introdutória. O segundo é o roteiro que não apresenta muita coisa nova. O tema do multiverso está ficando repetitivo no cinema, especialmente em histórias de super-heróis. Algumas são bem executadas, como em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa; outras pecam na superficialidade, como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Se The Flash tivesse sido lançado antes, com certeza teria se destacado positivamente dentro do tema, porém a demora para ser lançado o torna clichê e até mesmo previsível.

Por outro lado, o fan service faz com que a obra valha a pena. Em diversas cenas os espectadores são recompensados com referências não apenas aos personagens clássicos, mas também a piadas conhecidas do público em geral. Isso surpreende pelo fato do estúdio se permitir entrar na brincadeira e dar um gostinho do que seria de fato o multiverso da DC.

Apesar das polêmicas e da demora para ser lançado, The Flash é um filme que se destaca, mesmo apresentando alguns problemas comuns às produções do gênero. Embora não seja a obra-prima que a divulgação nos faz acreditar, o filme solo do Velocista Escarlate vale o ingresso ao proporcionar bom entretenimento e mexer com a nostalgia do público.

Assista ao trailer

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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