Não é só a Fox que tem o que agradecer a Ryan Reynolds e a Tim Miller por Deadpool. Nós espectadores também. Não pelo sucesso de bilheteria, que está fazendo a Fox recuperar prejuízos de filmes de heróis anteriores, mas sim pela obra que é o filme do anti-herói da Marvel. Está longe de ser uma obra de arte, quiçá um longa-metragem de qualidade. Mas, sim, por ser um filme diferente.

Deadpool já começa saindo dos padrões, te surpreendendo logo no primeiro ato. Alguns flashbacks no meio da primeira cena de ação. Sem perder o ritmo. E que ação! Visceral, repleto de humor negro e quebra da quarta parede, coisa esta que não é surpresa para quem já conhece um pouco do personagem criado nos quadrinhos em 1991.

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Os filmes de herói vêm se caracterizando em ser um filme de ação com toques de humor em excesso, o que já vem até desgastando o gênero. Porém Deadpool lança um novo tipo de humor em filmes do gênero:0 Um humor sarcástico, zombeteiro, em alguns momentos juvenil, porém em um bom timing, numa quantidade dentro dos limites de um filme de duas horas, fazendo piada de tudo e todos, até de si mesmo.

Por falar em filmes de heróis, não é à toa que Deadpool insiste em afirmar durante toda a produção que ele não é um. E realmente não é. E é bom ver um protagonista poderoso sem as travas e os clichês do bom moço. Coisa que um filme PG13 nunca nos proporcionaria. Inclusive o fato de Vanessa (Morena Baccarin), a namorada do nosso protagonista, ser uma stripper e o filme não ter problemas com isso, ninguém almeja tirá-la dessa vida que em outros circos seria considerada degradante. Eis mais um exemplo como Deadpool é um filme fora dos padrões.

Importante salientar que a produção em alguns aspectos não apresenta nada de novo, nenhuma reinvenção da sétima arte. Porém mesmo com um roteiro simples e personagens clichês consegue nos prender à cadeira – Inimigo inglês, um gigante gentil e uma adolescente problemática como aliados para contrabalancear, a mocinha em perigo – uma mistura básica que agrada pela fluência e sintonia entre os personagens: Os X-Men, o bar, a namorada e é claro o humor. E por falar em clichês, para acabar de “surpreender” o filme encerra com um dos grande – foi até inesperado pelo clima do longa – mas mesmo assim, Deadpool continua sendo ótimo!

Com muita coragem, mesmo sem ter nada a perder, a Fox não só recoloca mais um personagem oriundo da Marvel ao grande mainstream como também impõe um estilo a ser seguido: O filme de herói para maiores. Com uma grande empatia Ryan Reynolds apaga seu passado assombrado por Lanterna Verde e o próprio Deadpool versão Wolverine: Origens. Um filme divertido e original.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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