A Netflix já nos apresentou dois bons filmes baseados em obras do Stephen King como Jogo Perigoso e 1922. Além disso, o autor vem numa volta de popularidade com adaptações de IT, o remake de Cemitério Maldito e a continuação vindoura de Iluminado: Doutor Sono. Agora temos mais um longa original da Netflix, mas dessa vez de um livro em conjunto de King com seu filho Joe Hill, que já se mostrou um escritor tão competente e prolífico quanto seu pai.

A escolha do diretor para esse longa foi certeira. Vincenzo Natali dirigiu o cult O Cubo que lida com locais extremamente confinados e repetitivos para gerar suspense e terror, e é justamente sobre isso que esse filme se trata. Dois irmãos ouvem uma criança gritando por socorro no meio de um matagal a beira da estrada. Quando decidem entrar para socorrer acabam caindo num pesadelo sem fim.

Assim como O Cubo a ideia dessa história é confinar os personagens num ambiente onde tudo parece igual e justamente por isso é impossível ter um senso de direção. Em termos visuais é uma tarefa muito difícil fazer com que essa narrativa não fique entediante num filme. Justamente por isso que Natali é uma escolha certeira, pois ele cria um ambiente claustrofóbico e assustador sem se tornar entediante, além de conseguir produzir imagens poderosas e belas de um jeito macabro.

Sugiro que após ler essa crítica você não procure muito mais antes de ver o filme em si. Ele é cheio de surpresas, reviravoltas e conceitos estranhos que causam mais impactos quando lhe pegam de surpresa. A verdade é que de modo geral a crítica não vem recebendo esse material com muito entusiasmo. Entretanto acredito que esse é um ótimo filme de terror e que realmente vale o tempo daqueles que gostam do gênero e de obras do King e de seu filho.

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Por outro lado é verdade que existem alguns conceitos repetitivos na maioria das obras de ambos os autores e por vezes os personagens conversam de forma pouco realista para a situação em que se encontram. O que move o roteiro é tentar entender o que se passa nesse local misterioso e entender o intrincado roteiro. Não chega a ser a história mais complexa do mundo, mas precisa de atenção para acompanhar o conceito que permeia a narrativa e não se perder ao longo das cenas.

Após assistir o filme é a hora de ir atrás das críticas, até porque é o tipo de filme que vale discutir uma vez que já se saiba de todas as reviravoltas para entender melhor alguns acontecimentos. O filme prende a atenção e realmente cria um clima de tensão constante que te levará com curiosidade até o último momento. Existem situações verdadeiramente perturbadoras, além de ideias que ficam no ar e que podem ecoar em sua mente após o fim da história.

Das inúmeras adaptações de King que temos por ai, e com mais delas saindo a cada mês, acredito que essa é realmente uma das boas e mantém uma tradição da Netflix de entregar filmes de terror do autor com uma qualidade constante. Hill também já possui algumas adaptações sendo a mais famosa o longa Amaldiçoado. Se o filme já está ali na Netflix e você gosta desse estilo, porque não dar uma chance? Depois vá dar uma olhada nas outras críticas e veja se concorda com elas.

Independente de ter gostado ou não passe aqui para dar a sua opinião e veja se concordamos ou discordamos.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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