Filmes com animais do mundo real em situações assustadoras sempre tiveram sucesso no cinema desde Tubarão de Steven Spielberg. Mas com o passar do tempo esse estilo específico de filme foi ficando cada vez mais popular, quase numa produção em massa, mas com uma qualidade que só ia decaindo. Logo outros animais começaram a configurar esse subgênero como crocodilos e cobras. Vários sucessos momentâneos como Aligator, Anaconda e Serpentes Abordo passaram a estrear nos cinemas de tempos em tempos. Agora mais um desses filmes chega ao cinema com relativo sucesso onde os crocodilos voltam a ser protagonistas do horror mundano.

Esse filme teria tudo para passar despercebido pela maioria, mas acabou chamando atenção pela produção de Sam Raimi. A direção é de Alexandre Aja que tem um histórico positivo em filmes de terror. O roteiro é assinado por Michael Rasmussen e Shawn Rasmussen e ambos não possuem grandes trabalhos no cinema, tendo esse filme como o seu grande sucesso até agora.

Em muitos sentidos esse filme lembra os conceitos de Duro de Matar, mas obviamente sem a mesma qualidade. A ideia de pessoas comuns em situações de perigo extremo num espaço confinado, além dos problemas pessoais que precisam ser resolvidos. Aqui temos uma filha que vai resgatar o pai durante um furacão na Florida e ambos acabam presos num porão com enormes crocodilos. Os dois possuem problemas entre si e precisam resolvê-los para sobreviver à situação.

O filme possui mais acertos do que defeitos, mas também não chega a ser nada sensacional e de outro mundo. Os dois personagens são realmente importantes e criam a conexão com o espectador e faz com que nós torçamos para eles durante o longa. A direção faz a locação parecer bastante real e claustrofóbica mesmo que a produção em si seja claramente limitada em termos de orçamento. O cenário é um verdadeiro desafio para os protagonistas e realmente ficamos empolgados conforme o perigo vai escalonando até o clímax.

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Talvez o maior problema do filme esteja com os próprios crocodilos. A computação gráfica às vezes deixa a desejar em momentos cruciais e acaba por arrancar o espectador da tensão quando perceber que os animais não possuem peso ou uma textura realista. Algumas vezes os personagens também conversam coisas pessoais em situações um tanto surreais e os ferimentos que sofrem às vezes parecem terríveis e outras pouco significativas. Apesar da maquiagem para os ferimentos ser boa.

A aventura como um todo é eficiente e diverte do início ao fim. Funciona como um filme de tensão e quase como um drama de família. Perto de outras produções desse mesmo tipo ele se destaca por ser competente no que se propõem, mas nem por isso é um filme fantástico. É divertido e nem tenta ser nada, além disso. Vale para os que buscam tensão e um pouco de violência gráfica.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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