Acho que já é possível dizer que existe um subgênero bem estabelecido de “filmes sobre pai”. Seja sobre a relação de pai e filho ou até mesmo a busca sobre a figura paterna. Geralmente são comédias e dramas que exploram tal temática, mas até as grandes aventuras acabam discutindo sobre pai e filho, como o recente Guardiões da Galáxia 2 e o já clássico Indiana Jones e a Ultima Cruzada. Correndo Atrás de um Pai acaba sendo mais uma dessas comédias com um plot meio batido, mas com atores realmente se divertindo em seus papéis.

Ao descobrir no segundo casamento de sua mãe que a figura paterna que ele acreditava ter nunca existiu, Peter parte numa busca louca, junto com seu irmão, para descobrir quem de fato é o seu pai.

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Essa é uma comédia feita com certo cuidado apesar de ter seus momentos completamente escalafobéticos. Na maior parte do tempo ela tenta manter o pé no chão tanto nas atuações quanto nas situações do roteiro, mas de tempos em tempos tem espasmos de absurdismo divertido. O protagonista é interpretado por Ed Helms que ficou realmente famoso com a trilogia Se Beber Não Case e depois no remake de Férias Frustradas. Aqui ele faz um papel simples; um homem divorciado com um emprego que não gosta e com um filho que ele possui dificuldades de se relacionar. Descobrir quem é seu verdadeiro pai torna-se uma jornada que representa uma solução para a forma desgostosa que ele encara a vida. Mesmo sendo um personagem meio clichê, Ed está dando tudo de si e indo da comédia ao drama, e mostrando grande talento nesse último tópico. Um ator que poderia se sair muito bem em papéis realmente desafiadores.

O irmão que acompanha o protagonista é Kyle, interpretado por Owen Wilson que está fazendo o que ele sempre faz; atuando naquela persona boba, porém divertida. Sua função no roteiro é ser uma espécie de antagonismo ideológico do protagonista. Um é o irmão certinho, enquanto o outro é um boêmio bem de vida. Ele possui o seu próprio arco de personagem, mas que é bastante fraco e em nenhum momento prende a atenção quando comparado com a trama principal.

A busca pelos pais em si é bem divertida apesar de em nenhum momento nos gerar dúvida sobre quem realmente poderia ser a tal figura paterna. Não é como “Mamma Mia” onde temos uma variedade de personagens que gera o mistério. Isso enfraquece muito a jornada em si, apesar da mesma estar recheada de momentos divertidos. E temos a participação de diversos atores interessantes como Ving Rhames e J.K. Simmons, mas nenhum deles com muito tempo de tela.

A direção fica por conta de Lawrence Sher que faz um trabalho padrão e deixa os atores bem à vontade para fazer o que sabem. O roteiro é de Justin Malen que tem personagens interessantes em situações divertidas, mas numa trama clichê. Ele vem se especializando em comédias deste estilo e até consegue fazer reviravoltas ao longo da trama que são bem envolventes, além de passar uma mensagem bem interessante. Também temos diálogos bastante expositivos, mas nada que tome grande parte da trama. Um filme que não marcará a sua memória, mas irá te divertir durante a exibição.


Correndo Atrás de um Pai

Nota

 

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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