Tanto Godzilla quanto os Power Rangers estão tendo uma retomada de popularidade nos últimos anos. O caso do monstro gigante é mais evidente devido aos filmes do universo compartilhado com o King Kong, mas, além disso, temos a nova animação Godzilla: Ponto Singular.  No caso dos Rangers tivemos o filme de 2017 e uma linha de quadrinhos da editora BOOM que vem fazendo muito sucesso nos EUA. E faz todo o sentido juntar essas duas franquias já que o seriado de TV original dos Power Rangers nada mais era do que reutilizar imagens de um seriado tokusatsu japonês, os Super Sentai. Então a editora BOOM, que já colocou os Rangers para fazer outros crosovers, uniu forças com a IDW para nos trazer esse encontro.

O roteiro foi assinado por Cullen Bunn, que já escreveu diversas histórias do Deadpool, e a arte é de Freddie Williams II, que já se tornou um especialista em desenhar histórias com diferentes franquias. No currículo de Williams II temos Injustice vs. Masters of the Universe, Batman/Teenage Mutant Ninja Turtles e He-Man/Thundercats. Nesta edição dos Rangers com o Godzilla as cores ficaram por conta do Andrew Dalhouse.

A grande questão dessa primeira edição é o ritmo, que é rápido até demais. Nas vinte e duas páginas temos um turbilhão de acontecimentos e não existe espaço para a história respirar no meio de todo o caos. Em poucos quadros temos uma viagem interdimensional que leva o Ranger Verde, junto com Rita Repulsa e seus asseclas, para uma realidade onde os heróis não existem, mas o Godzilla sim! O tempo todo o nosso monstro favorito está lutando contra outros seres gigantes, mas sem muito contexto.

Um ponto alto, para os fãs dos filmes clássicos japoneses, é a presença dos alienígenas do Planeta X. Essa primeira edição é um começo empolgado, mas apressado e com pouco motivo para os eventos acontecerem. Talvez nas próximas edições esse problema seja corrigido. A arte é estilizada um pouco além da conta, o que tira parte do peso da ação e dos monstros gigantes. Não é necessário ter um grande conhecimento das duas franquias (pelo menos nessa primeira edição), mas acho que é preciso ter no mínimo um interesse por uma das duas franquias para curtir o gibi.

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Se as próximas edições nos derem uma motivação que mova a história, temos potencial para uma minissérie bem divertida.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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