A fantasia sempre possuiu um espaço considerável nos quadrinhos, mesmo que essa mídia sempre tenha sido dominada pelos super heróis. Conan, Elric e outros personagens literários ganharam adaptações de sucesso estrondoso. A Europa também tem sua tradição neste gênero, com alguns clássicos em seu arcabouço cultural. Entretanto, aqui no Brasil, com exceção ao Conan, é um pouco difícil achar este material. A editora Pipoca e Nanquim vem para preencher um pouco esta lacuna com Marada da mesma forma que fez com seu primeiro lançamento Espadas e Bruxas.
Na transição da República romana para o Império, temos o surgimento do cristianismo e um período obscuro no estudo da História. Neste vácuo de informações é criado o universo místico onde habita a guerreira Marada. Encontrada numa caravana que cruzava o deserto ela está completamente apática e muito distante da guerreira implacável que já foi. O que aconteceu com ela? Como ela voltará a ser uma guerreira mortal?
A personagem foi criada para o selo adulto de histórias da Marvel, o selo Epic, onde grandes artistas tinham a chance de fazerem histórias mais adultas e não venderem o direito de suas criações para a editora. O roteiro fica por conta de Chris Claremont, um dos maiores roteiristas da história da Marvel e o homem que recriou os X-Men e transformou a equipe no ícone que conhecemos hoje. Sua importância no mundo dos quadrinhos é única, e Marada é uma rara chance de vê-lo trabalhando com um conteúdo mais adulto. O roteiro em si é simples, mas é visualmente impecável e possui conceitos que sempre funcionam na temática fantasia.
A arte é de John Bolton. Seu estilo é simplesmente perfeito para aventuras de bárbaro, que costumam usar traços realistas e totalmente épicos. Sua arte é pintada e incrivelmente bela. A frase “da vontade de colocar as páginas na parede” é levada no seu sentido mais literal possível neste quadrinho. Ao mesmo tempo em que temos demônios e locações místicas, as roupas e paisagens são altamente realistas. Dá aquela sensação de filme que se desenrola diante das páginas. Para os que gostam especialmente da arte visual, Marada é o banquete dos banquetes.
A edição da Pipoca e Nanquim reúne três histórias e funciona como uma introdução da personagem e o início de uma saga. Existe uma leve sensação de final em aberto, mas é totalmente possível encarar como um arco fechado. Esta é uma história de fantasia nos moldes mais clássicos da “espada e feitiçaria” e com uma temática bem adulta no quesito violência. Se você é um fã de RPG, Conan e espada e feitiçaria como um todo, este quadrinho é uma pedida obrigatória.
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