Tijolômetro – Parallel World Pharmacy

Bom!

Parallel World Pharmacy é um isekai que tenta se diferenciar ao trocar espadas e magias por frascos e fórmulas medicinais. Com a proposta de trazer farmacologia e doenças para o centro da narrativa é uma inovação dentro do gênero, mas a execução deixa a desejar em alguns momentos. 

A história acompanha Kanji Yakutani, um renomado pesquisador farmacêutico que morre devido ao excesso de trabalho e renasce em um mundo medieval como Farma de Médicis, um jovem nobre com um talento sobrenatural para a alquimia e a cura. Usando seu vasto conhecimento da medicina moderna, e alguns dons únicos digno de isekais, Farma decide revolucionar a forma como as pessoas desse novo mundo lidam com doenças e tratamentos, criando uma farmácia acessível e combatendo problemas como pragas e contaminação. No entanto, ele também precisa lidar com a desconfiança da sociedade e com os limites éticos de sua própria ciência.

Baseado na light novel escrita por Liz Takayama, Parallel World Pharmacy nasceu primeiro como uma web novel antes de ser publicada oficialmente. O sucesso levou à adaptação para mangá e, posteriormente, ao anime. A primeira temporada conta com 12 episódios e foi produzida pelo estúdio Diomedéa, conhecido por trabalhos como Aho Girl e Domestic na Kanojo. Visualmente, a animação não impressiona, mas cumpre sua função, enquanto a trilha sonora acompanha bem os momentos de descoberta e tensão médica.

O maior diferencial da obra é a abordagem científica dentro de um isekai. Normalmente, protagonistas desse gênero recebem habilidades absurdas que os tornam quase divinos, não que Farma não tenha poderes absurdos na obra ele é tido como a reencarnação do “Deus das Drogas”, mas o seu verdadeiro “superpoder” é seu conhecimento. Quando ele apresenta conceitos como antibióticos, assepsia e controle de qualidade, percebemos o quão revolucionárias essas ideias realmente são em um contexto medieval. Esse aspecto do anime é, sem dúvida, seu maior trunfo e o que pode atrair um público interessado em ciência e história.

Entretanto, o anime não se aprofunda em algumas discussões que poderia explorar. A obra menciona que o protagonista morreu de exaustão no mundo real, mas não reflete muito sobre isso. O impacto psicológico do excesso de trabalho ou a relação entre a ética médica e a pressão social são temas que poderiam enriquecer a narrativa, mas acabam ficando em segundo plano. Além disso, o último arco da temporada sofre com uma resolução apressada e conveniente demais. Enquanto o restante da história se desenrola de forma relativamente equilibrada, a conclusão dá a sensação de que os roteiristas precisavam encerrar a temporada rapidamente, enfraquecendo o impacto final.

A série brilha ao mostrar como a medicina moderna parece quase mágica em comparação com os conhecimentos do passado, tornando a ciência o verdadeiro “superpoder” do protagonista. Inclusive aborda os impactos de tais novidades na indústria farmacológica, no anime representada como a guilda dos farmacêuticos. No fim, Parallel World Pharmacy é um anime regular, sustentado mais pelo seu tema do que pela profundidade da sua abordagem. Se o espectador não espera grandes questionamentos ou uma trama complexa, mas gosta da ideia de ciência sendo aplicada em um mundo de fantasia, Parallel World Pharmacy pode ser uma experiência satisfatória. Sua mistura de curiosidades médicas e aventura leve faz dele um passatempo interessante, mas sem grande impacto.

Até o momento, não há confirmação de uma segunda temporada do anime, o que pode decepcionar aqueles que gostaram da premissa e querem ver mais da jornada de Farma. Para quem quiser conhecer mais da história, a light novel e o mangá continuam explorando o universo da série. No Brasil, o anime pode ser assistido oficialmente através da Crunchyroll, tornando-o acessível para aqueles que desejam mergulhar nesse mundo onde a ciência se torna a maior magia.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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