Tijolômetro – That Time I Got Reincarnated as a Slime – Tensura (3ª Temporada):

Bom!

A terceira temporada de That Time I Got Reincarnated as a Slime ou no original Tensei Shitara Slime Datta Ken abre com o nosso Slime se estabelecendo como o novo Lorde Demônio, Rimuru enfrenta não apenas ameaças externas, mas também as implicações de suas novas responsabilidades. Incluindo uma revanche mal entendida entre ele e a líder da Igreja Ocidental Hinata Sakaguchi. O impacto visual e emocional dessa luta prepara o espectador para a jornada estratégica que está por vir. Após o sucesso das temporadas anteriores (que você pode ler nossa análise aqui), que cativaram o público com ação intensa, desenvolvimento político e um elenco diversificado de personagens, a expectativa para essa nova fase era enorme, especialmente quanto às intrigas políticas e novos vilões que seriam revelados.

A segunda temporada foi marcada pela ascensão de Rimuru ao posto de Lorde Demônio e pela derrota devastadora de seus inimigos no Reino de Falmuth. Essa transformação drástica no enredo foi o ponto de partida para os eventos da terceira temporada, na qual Rimuru busca consolidar sua posição política e militar no mundo. A obra original, escrita por Fuse, conquistou leitores em sua versão light novel, lançada em 2013, e o mangá, que estreou em 2015. O anime, produzido pelo estúdio 8bit, conta com animações fluidas e uma adaptação fiel à fonte. A terceira temporada foi lançada em 2024, com um total de 26 episódios.

A narrativa dessa terceira temporada se divide claramente em dois momentos. O primeiro foca no confronto com Hinata e na introdução da Família Rozzo, que está manipulando os eventos por trás das cortinas do Oriente. Rimuru, agora mais poderoso do que nunca, precisa não apenas derrotar Hinata, mas também desvendar a teia de conspirações envolvendo esses novos antagonistas. A construção da trama nesse arco é cheia de tensão e promessa, à medida que o espectador começa a vislumbrar os desafios que Tempest enfrentará no futuro. Temos alguns embates interessantes neste arco como o dos generais de Rimuru contra os 10 Santos da Igreja Ocidental, onde Shion brilha mostrando sua nova habilidade que é bastante apelona. Um outro embate marcante foi o confronto de Diablo contra o Clero dos 7 dias, onde enfim vemos um pouco das habilidades do Demônio devoto a Rimuru, Há de citar também o confronto do Lorde Demônio com a Santa Hinata em que o embate sacramenta a conspiração que havia por trás de tudo.

No segundo momento da temporada, a história toma um rumo mais leve, mas não menos importante, com a preparação para o grande festival de Tempest. Somos apresentados a novos personagens como a rainha de Sarion Elure  e Masayuki, o “Herói da Velocidade da Luz”. Além disso, a criação da masmorra e do coliseu de Tempest traz um ar de novidade e celebração ao enredo. Esses momentos são vitais para expandir o mundo do anime, mas o ritmo desacelera consideravelmente, já que a ênfase aqui é mais na construção do ambiente e nas relações políticas do que em grandes batalhas.

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Um dos grandes méritos de “Tensura” sempre foi a sua capacidade de misturar ação e política. Esta terceira temporada dá grande foco às manobras diplomáticas e estratégicas de Rimuru, que busca solidificar seu novo reino e ganhar o respeito das nações ao redor. Para os fãs de intrigas políticas, isso é um prato cheio, já que vemos Rimuru se engajando em um jogo de poder e propaganda, apresentando a tecnologia e cultura de Tempest como símbolo de sua força. Contudo, a ausência de conflitos mais intensos pode decepcionar aqueles que esperavam batalhas épicas em sequência.

O festival de Tempest também serve como palco para a interação de Rimuru com figuras influentes e poderosas. A presença do dragão Veldora, por exemplo, levanta questões sobre o impacto de sua aura mágica, que cria monstros espontaneamente, gerando desconforto e preocupação em torno de sua estadia prolongada em Tempest. Além disso, os mercadores que visitam a cidade durante o evento trazem à tona a insatisfação de várias facções, prenunciando uma conspiração contra o reino de Rimuru, organizada pelas nações orientais. A introdução dos novos vilões adiciona uma camada de tensão, mas ainda de forma muito superficial.

No entanto, apesar desses elementos intrigantes, a temporada como um todo pode ser considerada morna. Embora os momentos de planejamento e estratégia sejam bem construídos, a falta de um clímax central prejudica o ritmo do enredo. O único momento de verdadeiro perigo ocorre durante o já citado ataque do “Clero dos Sete Dias” à Hinata. Depois disso, a sensação de urgência e ameaça diminui, com mais da metade da temporada focada em preparar o terreno para eventos futuros, sem grandes confrontos ou desafios que realmente coloquem Rimuru em risco.

A recepção online para essa terceira temporada foi mista. Muitos fãs apreciaram o aprofundamento político e estratégico da série, mas outros lamentaram a falta de ação e desenvolvimento da trama principal. No geral, a terceira temporada de That Time I Got Reincarnated as a Slime não conseguiu atingir completamente as altas expectativas. Foi mais uma fase de preparação para os grandes eventos que, sem dúvida, ocorrerão na próxima temporada já confirmada. Portanto, enquanto esta parte da história é fundamental para o desenvolvimento futuro, ela se mostra um pouco aquém em termos de impacto imediato.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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