Escrever sempre foi e continua sendo minha paixão. Poder abusar dessa arte é algo incrível que amo fazer. É algo necessário para mim todos os dias é já virou parte da minha rotina, ter a palavra para continuar a minha história. Gosto de sentir as palavras borbulhando dentro de mim. É empolgante.
Então, acordo toda manhã vestida de ideias e inspirações e me deito em cima das palavras, onde meus pensamentos ficam em um turbilhão de verbos, adjetivos, substantivos e o infinito da classe gramatical, através do que vejo, penso e sinto. É uma sensação inexplicável. Apenas deixo minha mão andar pelo papel em branco sem pensar muito e vou construindo frases, às vezes elas ficam embaralhadas, sem um sentido, mas não tem problema, porque essa primeira parte do processo de construir é algo mais libertador, sabe? De se soltar e se entregar. É isso que faço. Vou jorrando tudo no papel sem me preocupar com o depois.
Pois bem, feito essa limpeza na minha mente e depois de toda aquela abundância de palavras no papel desordenadas, parto para a segunda parte desse ato de construir que é a arrumação. Vou arrumando cada frase dentro daquele parágrafo, tirando e colocando apenas o que quero até ele ficar organizado, limpo e bonito. Faço isso dentro da prosa e da poesia. Digo que é a famosa fase da lapidação do texto, e é a parte mais gostosa para mim. Normalmente essa etapa é a mais delicada, de extremo cuidado, por isso às vezes pode levar dias até eu terminar de arrumar, tudo vai depender da minha inspiração, pois tem dias que estou bem inspirada, então as palavras vêm a mim com mais facilidade e o parágrafo vai se enxugando com mais rapidez, outras vezes estou menos então demoro mais dias, mas quando acontece isso, geralmente dou uma pausa e vou fazer outra coisa que não seja relacionada a escrita, e é justamente nesses momentos off de mim que a inspiração bate, aí anoto no meu caderno de escrita para quando eu voltar para dentro do texto poder encaixar ela lá.
Depois de pronto, dou várias lidas no texto e sempre encontro alguma coisa que deixei passar ou simplesmente alguma outra palavra que substitui melhor a que já estava. Mas isso é totalmente normal e faz parte da vida de todo escritor. É cada fase que torna o processo de criar algo mágico. Enfim, meu texto sempre sai leve e brilhando, porque no fim, é isso que todo escritor almeja em suas histórias, encantar os leitores e tocar suas almas com palavras e isso é uma felicidade inexplicável.
(Sara Lacerda)
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