Em 1938 vinha ao mundo o maior super herói de todos os tempos, o personagem que fez com que esse gênero surgisse: Super Homem.  Desde aquele ano até hoje ele não parou de ser publicado e foi adaptado para todas as mídias possíveis. Transpassou de ícone dos quadrinhos para um ser mitológico do século XXI. Devido aos diversos desenhistas e escritores que já trabalharam com o Homem do Amanhã muitos elementos foram anexados a esse universo. Trouxe aqui algumas curiosidades de fora e de dentro das páginas que ajudaram, ou atrapalharam, para que Super Homem alcançasse esse patamar.

–  A Primeira Versão

Se você ler a Action Comics 1 (que em bom estado pode valer até 2 milhões de dólares) pode se assustar com uma diferença básica do que conhecemos hoje sobre a origem do Super Homem. É sabido que o herói tem seus super poderes devido ao Sol amarelo da Terra, que o carrega como uma bateria solar e afeta sua biologia diferenciada, enquanto Krypton ficava sob um Sol vermelho. Mas na primeira versão que foi publicada, todos os kryptonianos pulavam alturas absurdas e tinham super força por que o próprio planeta natal tinha uma gravidade diferenciada. Aliás nas suas primeiras histórias o Super Homem não voava e sim saltava altitudes absurdas pelos prédios.

– Por quanto compraram os direitos autorais do Super Homem?

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Joe Shuster (arte) e Jerry Siegel (roteiro), os criadores do personagem, publicavam suas histórias na National Periodical que faziam um enorme sucesso à época (a DC Comics ainda nem sonhava em existir) . Devido ao fenômeno do Super Homem muitos outros super heróis foram surgindo em outras publicações. Buscando manter o Homem de Aço permanentemente na National a editora comprou os direitos do personagem por 130 dólares – esse valor tinha um poder de compra naquela época muito maior do que hoje. Em 1947 Shuster e Siegel foram demitidos da National enquanto o Super continuou sendo publicado nas mãos de outros artistas. Os criadores processaram a editora em busca de tentar recuperar um valor maior do que apenas 130 dólares. Na década de 70 a Suprema Corte Americana decretou que a DC Comics, que surgiu a partir da National, pagasse uma pensão vitalícia de 20 mil dólares anuais e assistência medica para ambos.

– Os Bichos de Estimação do Super Homem.

Muitos podem conhecer Krypto, o super cão, que veio numa nave kryptoniana também. O que nos faz pensar o porquê de Jor-el, o pai do Super Homen, construir uma nave para o cachorro e não uma para ele mesmo? Independente disto, tivemos outros animais dentro das histórias do herói, como Beppo, o super macaco. Supergirl também teve a sua cota com Raiado, o super gato, que tentou ganhar poderes numa experiência envolvendo kryptonita.  Mas talvez o mais bizarro seja o Cometa, o super cavalo, que nada mais é do que um centauro que foi transformado num equino por uma bruxa. Gradativamente esses personagens foram sendo esquecidos tendo sua última aparição na Legião dos Super Mascotes, exceto Krypto que se manteve na mitologia.

– A vez que ele precisou matar

John Byrne talvez seja um dos maiores autores que foi responsável pela reformulação do herói depois da Crise das Infinitas Terras. Byrne ficou por muito à frente do título mensal do Homem de Aço onde repensou diversos conceitos e personagens. Em “Superman 21”, de 1988, Super Homem encontra o que seria a Super Moça, que havia sumido nesta nova reformulação, mas descobre que ela não vem de Krypton e sim de um universo compacto onde a Terra havia sido completamente dominada por Zod e seus dois capangas. Super Homem e Super Moça vão para esse universo e se unem a uma versão alternativa de Luthor para impedir os vilões. A situação chega num nível tão crítico que a única alternativa é mata-los. O herói usa kryptonita para dar fim às suas vidas. Tal ato o deixa totalmente transtornado e obriga o Super Homem a se isolar no espaço por um tempo para refletir sobre seus atos e sua condição na Terra.

– O Super Homem Vilão

Antes de sua primeira aparição em 1938 os criadores, já citados, tentaram colocá-lo como vilão num fanzine chamado de “Science Fiction” onde o vilão careca tinha uma visão telescópica que lhe permitia ver a superfície de Marte a olho nu. Essa publicação saiu em 1933 com o título “The Reign of the Superman”.

– Os Tipos de Kryptonita

A mais famosa é a verde que enfraquece o herói e pode até matá-lo. Nos anos 60 outras começaram a surgir nas páginas, como a dourada que tirava seus poderes para sempre – depois mudaram para temporariamente. A azul afetava seres do mundo Bizarro, a vermelha transformava o Super numa versão maligna, mas às vezes o dividia em dois. Essas são as mais presentes na mitologia, mas ocorreram outras bizarrices como a X, Pérola, e Anti que faziam coisas absurdas como dar mais poderes, gerar explosões com a mente na Zona Fantasma e outras maluquices.

– A Primeira Vez do Super Homem

Até o casamento de Clark com Lois nunca foi deixado claro se ele já havia se relacionado sexualmente com outras mulheres ao longo de sua vida. Os nerds já especularam muito se seria possível um krypitoniano, sob os efeitos do Sol amarelo que lhe dá super poderes, transar com um ser humano sem matá-lo. Quando o casamento ocorreu em 1996 ficou claro que o fato havia ocorrido entre o recém casal. Por tanto podemos dizer que ele era virgem até então, apesar de achar difícil uma mulher decidida e moderna como Lois aceitar casar com um cara sem ter transado com ele antes, se bem que estamos falando do Super Homem.


Hoje em dia o Super Homem está em baixa, tanto pela dificuldade de adaptá-lo para o cinema atual quanto em termos de histórias em quadrinhos. Às vezes esquecemos que foi ele quem gerou toda essa cultura de seres fantasiados que salvam o dia. Por mais que ele sofra altos e baixos ele sempre terá o título de maior herói de todos, não pelos seus poderes, mas pelo seu legado.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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