Meninos e meninas…

Estava por aqui de besteira vendo meus jogos antigos e me deparei com Metal Gear III: Snake Eater – o nome pode parecer suspeito (o engolidor de cobras) e pode causar um certo frio na espinha de bolsonaristas e daqueles quem vivem outro planeta e não conhecem a franquia.

Que jogo excelente! Lindo e com uma história de espionagem muito bem bolada em plena guerra fria. O melhor da franquia diga-se de passagem. Fui ficando cada vez mais velho e simplesmente perdi a paciência para jogar joguinhos nesse estilo. Soma-se isso ao um problema maior ainda: Não consigo ficar tanto tempo quanto gostaria em frente ao playstation.

Algumas pessoas detestam a franquia Metal Gear afirmando que passam mais tempo assistindo do que jogando, e eu digo que é verdade. E a jogabilidade não é das melhores, diria que é um “sacrifício” para contar a história. A vida é assim mesmo, você perde em algumas coisas para ganhar em outras. Mas, poucas coisas são melhores do que as narrativas do Kojima.

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Fiz uma nota mental, e logo pensei em outros jogos que  me cativam pela história.

O que todos têm em comum são os enredos sempre excelentes, mas a jogabilidade nem sempre é a melhor, e as vezes passa longe disso. Porém, todos se qualificam pelos enredos cinematográficos dignos dos melhores filmes de Hollywood. Vai dizer que GTA V não tem um enredo de ação melhor do que muito blockbuster por aí?

Aí vem o grande questionamento. Ao qual me propus quando decidi escrever esta humilde postagem: Um jogo pode contar uma história melhor que um filme?

Na minha humilde opinião fecal, sim. Na maioria esmagadora das vezes.

Principalmente por causa do fator interação. O jogo consegue ser mais interativo e por isso é mais fácil comprar a ideia do mundinho, é mais fácil mergulhar de cabeça no enredo e por lá se perder durante horas, dias.

Por exemplo, aquele tal de Until Dawn seria um filme muito ruim, digno daqueles enlatados de jovens irresponsáveis que se isolam em uma cabana em um lugar terrível, onde ninguém jamais estaria. Uma verdadeira mistura de horror e fornicação. Bem ao estilo daqueles filminhos Syfy que eu adoro.  Mas, é um excelente game por causa da interação. O jogador é transportado para dentro do game, onde cada escolha tem um efeito diferente, o famoso efeito borboleta.

Conseguiu pegar a ideia? Um filme que seria ruim, “b” no mínimo, se transformou em um jogo bom, divertido.

Outro jogo que vale mais do que muito filme por aí é Silent Hill II, e nesse caso cabe até uma comparação. O filme mistura um pouco a história do primeiro o do segundo jogo da franquia, e consegue ser bom. Para ser honesto, uma das melhores adaptações de jogos feitas para o cinema.

Silent Hill II consegue ter um enredo infinitamente melhor, denso, pesado, cheio de questões extremamente adultas, o que só seria possível nos games. Só o fato do protagonista ser assombrado pelo espírito da esposa que ele matou por não aguentar mais conviver com sua doença degenerativa já diz muita coisa. O jogador passa grande parte do jogo vivendo com esse sentimento de raiva e empatia por James Sunderland. Joga lá, é só ter um pouco de paciência com os gráficos e a jogabilidade, mas compensa no fim das contas. Poucas coisas assustam mais do que esse game.

A película não trás metade desse peso, talvez se trouxesse não faria o mesmo sucesso. Sabe como é, falta coragem hoje em dia.

Sem falar da crise de criatividade do cinema, onde há muito remake ruim espalhado para todo o lado. É só dar uma olhadinha no novo Vingador do Futuro, ou até mesmo o Robocop do Padilha, ou até mesmo o fatídico Conan do Momoa.

Ou seja, às vezes jogar um bom game pode ser mais recompensador do que assistir algum filme. Apesar de a indústria de games ainda estar longe de reproduzir a experiência de ir ao cinema. Video game não é apenas “coisa de criança” como dizem por aí. Esta cada vez mais longe disso.

E já que esta é uma coluna de história, vale uma indicação de um joguinho bem maroto, do longínquo ano de 2003, que retrata muito bem uma narrativa histórica. O excelentíssimo Rise of Nations é um jogo de estratégia em tempo real, ou estilo Age of Empires, ou ainda no melhor “estilo casinhas”, fique à vontade para escolher uma definição.

Em RON o jogador encontra a possibilidade de atravessar as eras da humanidade, acompanhando toda a evolução. Não existe um modo campanha, mas existe um modo estilo tabuleiro de War, onde os jogadores vão disputando territórios para conquistar a hegemonia mundial. Nesse modo de jogo quatro são os cenários históricos disponíveis: as conquistas de Alexander o Grande, as Guerras Napoleônicas, o Novo Mundo e por fim a Guerra Fria. E ainda há uma campanha personalizável em que a civilização pode ir simplesmente atravessando as eras.

Como eu sempre digo por aqui, um bom jogo possui uma capacidade de imersão incrível e RON não é diferente. A reconstrução dos cenários traz uma ideia de como era o período histórico enriquecendo o conhecimento. Além disso, os jogos de estratégia em tempo real são conhecidos por despertar uma série de habilidades e competências essenciais para o desenvolvimento dos jovens.

Então bora lá…Desenterre aquele Hd antigo, escolha uma das dezesseis civilizações disponíveis, e prepare-se para várias horas de conhecimento e entretenimento.

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