No último sábado, 24, chegou ao fim um dos animes mais populares de todos os tempos: Dragon Ball Super. Com roteiro original de Akira Toriyama, a nova fase do anime retornou em 2015, 19 anos após o fim da saga de Majin Boo e conduziu Goku e companhia por 131 episódios onde novos poderes foram alcançados e inimigos surpreendentes surgiram.

Logo no início, a produção foi muito criticada, inclusive pelo próprio Toriyama, devido à baixa qualidade do desenho feito pela produtora Toei Animation. Nos episódios iniciais ficam evidentes erros grosseiros nos traços e proporções dos personagens. Além disso, os dois primeiros arcos reaproveitam as tramas dos filmes que foram lançados anteriormente, começando com A Batalha dos Deuses (2013), que nos apresenta o deus da destruição Beerus e a revelação da existência de múltiplos universos (eps 1 a 14).

O segundo arco adapta O Renascimento de Freeza (eps 15 a 27). Nesse ponto, a qualidade da animação já melhora consideravelmente, mas ainda não vemos uma trama inédita. A única diferença entre os longas e a série é que os episódios modificam e detalham algumas coisas que foram exibidas anteriormente. Mesmo assim o desfecho é o mesmo, o que não acrescenta muito à franquia.

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A trama começa a ficar interessante de fato no torneio de artes marciais contra o Universo 6 (eps 28 a 46). Da rivalidade entre os deuses Beerus e Champa, acaba surgindo a ideia de realizar um torneio para mostrar qual dos dois universos possui os melhores lutadores. É nessa fase que conhecemos as super esferas do dragão, que têm o tamanho de um planeta e podem realizar qualquer desejo. Além de batalhas empolgantes, muitos personagens poderosos e carismáticos surgem, inclusive o mais forte de todo o anime, o simpático Zeno Sama, o qual terá grande importância para introduzir a última saga.

Em seguida (eps 47 a 76), entra em cena um dos vilões mais emblemáticos de DBS: Goku Black, um sujeito idêntico a Goku e tão forte quanto ele. O novo antagonista está destruindo a realidade paralela do Trunks do futuro, que volta ao passado para pedir a ajuda dos antigos aliados. A participação dele faz diversas referências ao DBZ clássico, agradando a qualquer fã. Infelizmente existem alguns furos de roteiro referentes a essas viagens temporais, mas nada que comprometa o entendimento.

E para finalizar com chave de ouro, vem o Torneio do Poder (eps 77 a 131). Depois de ficar impressionado com a competição entre Beerus e Champa, Zeno dá a ideia de fazer um torneio incluindo todos os universos. O resultado é algo diferente de tudo feito até então em Dragon Ball: uma battle royal, uma competição onde todos os competidores lutam ao mesmo tempo na arena e o último a ficar de pé é o vencedor. O prêmio novamente são as super esferas do dragão, entretanto os universos perdedores são apagados instantaneamente. A qualidade da maioria das batalhas é excelente, com lutas em dupla ou trio, e traz de volta à ação os Guerreiros Z até então deixados de lado, sendo o grade mérito de Vegeta, que protagoniza momentos épicos. Outro destaque é Jiren, um lutador do universo 11 com um poder absurdamente alto. Diante de tantos desafios, a expectativa pela conclusão do Torneio gerou muita ansiedade entre os espectadores e variadas teorias sobre o resultado. No final das contas, a espera valeu a pena graças a uma combinação de diversos fatores.

E assim terminou Dragon Ball Super, um anime que foi superando gradativamente seus problemas, manteve fiel seu público de sempre e conquistou novos seguidores. O segredo de seu sucesso certamente foi inovar ao mesmo tempo em que mantinha um pé nas origens. O que fica agora é saudade e o desejo de que Goku e seus amigos voltem logo.

Ficha técnica:

  • Ano de lançamento: 2015
  • Gênero: ação, aventura, artes marciais, comédia
  • Música de abertura: Chouzetsu Dynamic – Kazuya Yoshii (eps 01 a 76), Limit Break x Survivor – Kiyoshi Hikawa (eps 77 a 131)
  • Criador: Akira Toriyama
  • Estúdio: Toei Animation
  • Número de episódios: 131
  • Status: concluído

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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