Tijolômetro – Code 8: Renegados – Parte 2 (2024):

Bom

É fato que toda sequência tem que superar o filme anterior em termos de qualidade. Felizmente, é o que ocorre com Code 8: Renegados – Parte 2 que surpreende nesse sentido ao dar mais espaço para a ação além de acrescentar novos personagens carismáticos e interessantes. No entanto, isso não é o suficiente para esconder o fato do roteiro apostar novamente em outra trama genérica e nada inovadora de produções do gênero.

No longa, conhecemos Pavani (Sirena Gulamgaus), uma jovem que luta para conseguir justiça por seu irmão que foi assassinado por policiais corruptos. Para isso, ela conta com a ajuda de um ex-presidiário, Conner Reed (Robbie Amell) e do seu ex-parceiro e líder do tráfico  Garret (Stephen Amell). Juntos eles enfrentam o Sargento Kingston (Alex Mallari Jr.), um policial corrupto que é altamente qualificado e equipado para caçar pessoas com superpoderes.

Não é surpresa dizer que a premissa de Code 8: Renegados – Parte 2 traz algo já visto em vários filmes de ação. Um exemplo disso é a temática da corrupção policial que além de clichê não é desenvolvida com nenhum tipo de mistério nessa sequência. Inclusive, desde os primeiros minutos fica fácil descobrir quem está do lado errado da lei. Na verdade, até a própria sinopse revela esse detalhe preguiçoso do roteiro escrito pela dupla Jeff Chan e Chris Pare. Por outro lado, o ator escolhido para interpretar esse tipo de antagonista tem um pouco de carisma e compensa isso quando está em cena interagindo com Conner e Garret.

Deixando um pouco de lado a parte negativa há que se destacar que pelo menos dessa vez houve um cuidado maior em deixar as cenas de ação mais empolgantes. A direção não perde a oportunidade de utilizar o recurso do slow motion, algo comum de ser usado há vários anos em filmes de super-heróis por exemplo, mas o faz com moderação. Já em outras sequências o filme se beneficia da tensão que antecipa um confronto para construir um suspense envolvente por conta do trabalho do compositor Ryan Taubert na trilha sonora que casa harmoniosamente com cortes rápidos e bem utilizados.

Um segundo ponto positivo está na adição da jovem Pavani nesse universo. Ela possui poderes diferentes em um nível aparentemente desconhecido, um detalhe que se for bem desenvolvido em uma sequência pode render uma trama diferente e até mais criativa como fica observado nesse artigo com spoilers do site Observatório do Cinema. Além disso, a jovem atriz canadense de apenas 12 anos demonstra segurança em sua atuação e aparenta ter capacidade dramática para desenvolver novas camadas de sua personagem caso tenha oportunidade.

Estreando sem muito alarde na Netflix, Code 8: Renegados – Parte 2 manteve os mesmos erros do passado, mas nem por isso deixou de passar no teste de qualidade de toda sequência cinematográfica. Isso parece o bastante para um clique rápido e sem compromisso no streaming por ser uma produção eficiente como apenas um bom entretenimento. E, por incrível que pareça, talvez seja o que garanta um terceiro capítulo.

Assista ao trailer:

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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