De várias maneiras, The Power of the Doctor vai ser um ponto fixo na história de Doctor Who. Além de ter sido parte da comemoração do 100º aniversário da BBC, uma das maiores emissoras de TV do mundo, a aventura também marcou o fim da passagem de Jodie Whittaker no papel. Tendo isso em mente, era mais do que esperado um encerramento de qualidade e à altura de um dos ícones mais longevos da cultura pop. No entanto, a despedida da 13ª Doutora ficou um misto de história épica, contagiante e ao mesmo tempo manchada com alguns erros comuns de temporadas anteriores.

The Power of the Doctor se destaca inicialmente com um visual digno de cinema, algo que pode ser percebido tanto na qualidade de efeitos especiais como na fotografia. Esse é o caso da primeira cena quando a Senhora do Tempo e seus companheiros chegam para salvar uma rede de transportes no espaço. Isso sem sombra de dúvida mostra como a produção não economizou nesses quesitos técnicos, algo cujo nível se manteve até o minuto final. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo a respeito do roteiro escrito por Chris Chibnall.

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Um exemplo disso é como mais uma vez vemos grandes vilões da série sendo utilizados de forma rasa, assim como aconteceu em Doctor Who: Flux. Dessa vez, os Daleks e os Cybermen se aliam ao Mestre (Sacha Dhawan) com o intuito de dar um fim à existência da Senhora do Tempo. Mesmo protagonizando alguns momentos em que apresentam alguma ameaça, eles logo são deixados de lado para que o Senhor do Tempo ofusque a todos com um plano ousado envolvendo a capacidade de regeneração da Doutora. Aliás, ofuscar parece realmente a palavra-chave do roteiro já que Yas (Mandip Gill) ganha mais espaço do que deveria na trama central, deixando assim pouco tempo para o episódio aproveitar o retorno de antigas companheiras do Doutor da Era Clássica de Doctor Who.

Inclusive, são nessas participações que está o maior trunfo do episódio. Cada uma traz consigo momentos emocionantes principalmente por conta de referências muito bem colocadas. Engane-se quem pensa que isso se restringe apenas as já anunciadas Ace (Sophie Aldred) e Tegan (Janet Fielding), companheiras respectivamente do 7º (Sylvester McCoy) e 5º (Peter Davison) Doutor. Na verdade, vai muito além disso. Por isso, não é exagero dizer que esse recurso foi utilizado de forma criativa em The Power of the Doctor dando um diferencial para a trama como um todo, mesmo em pouco tempo de tela. Mais ainda, a preciosidade desses breves momentos deu um brilho inesperado para a aventura, algo muito bem-vindo para um fim de fase como é o caso.

Com o perdão do trocadilho, todos esses pontos positivos fazem com que The Power of the Doctor seja uma aventura poderosa e um último respiro minimamente digno para a protagonista. É claro que sem sombra de dúvida Jodie Whittaker merecia muito mais como um todo, mas apesar de todo o mal causado pela incompetência do agora ex-showrunner na série ela brilhou novamente em uma história capaz de aquecer os corações dos fãs depois de forma especial. No fim fica apenas a saudade e a esperança que ela retorne em um crossover para mostrar como é capaz de ser fantástica como a eterna e única 13ª Doutora.

Ficha técnica:

  • Episódio: 14×0 – Doctor Who: The Power Of The Doctor
  • Data de exibição: 23 de outubro de 2022
  • Roteiro: Chris Chibnall
  • Direção: Jamie Magnus Stone
  • Duração: 87 min.
  • Elenco: Jodie Whittaker (13ª Doutora), Mandip Gill (Yas), John Bishop (Dan), Sacha Dhawan (Mestre), Sophie Aldred (Ace), Janet Fielding (Tegan), entre outros.

Assista ao trailer:

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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