Os dragões estão mesmo em alta! Desde o fenômeno de Game of Thrones e do spin-off A Casa do Dragão, essas criaturas imponentes vêm recuperando espaço dentro da cultura pop. Surfando nessa onda, a escritora Rebecca Yarros emplacou um grande sucesso com Quarta Asa, primeiro volume da série Empyrean que se define como uma romantasia, a mistura de uma história de romance com fantasia. E mesmo não apresentando nada inovador, a obra prende o leitor do início ao fim. 

Na trama narrada em primeira pessoa, conhecemos Violet Sorrengail, uma jovem de 20 anos que estava determinada a se tornar escriba. Porém, sua mãe, a general das forças de Navarre, a obriga a seguir o legado da família e ocupar a divisão de maior prestígio no reino: os cavaleiros de dragões. Assim, a garota ingressa no Instituto Militar Basgiath onde os candidatos a cavaleiros saem de lá formados… ou morrem tentando. Para piorar sua situação, Violet conhece Xaden Riorson, dirigente da Quarta Asa, um homem implacável que tem mais motivos para matá-la do que qualquer outro. 

Desde o começo percebemos diversos clichês em Quarta Asa: uma escola para jovens, rivalidades e brigas internas, criaturas fantásticas e uso de magia… Nada disso é novidade, pois já vimos todos esses elementos em algum lugar, principalmente nas sagas de Harry Potter e Percy Jackson. A maior idade dos personagens e a violência mais explícita só servem para atingir o público mais maduro. 

Mas o clichê que tem maior apelo com certeza é o romance improvável entre duas pessoas que se “odeiam”. Por mais batida que essa ideia seja, não dá para negar que a química bem construída entre os personagens deixa óbvia a atração presente desde o início. Já as cenas de sexo não são tão recorrentes, de forma que não atrapalham o ritmo da obra. 

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Contudo Rebecca Yarros combina todos esses ingredientes já conhecidos e cria uma narrativa fluida e objetiva. Realmente somos transportados para esse cenário fantástico e compramos a história, embarcando na aventura junto com a carismática protagonista. Ela e os demais personagens têm características e personalidades diferentes que fazem com que simpatizemos, ou não, com eles. 

Por ser o primeiro de uma saga planejada para cinco volumes, Quarta Asa é bem introdutório ao universo criado pela autora. Então temos vários momentos dentro do ambiente escolar e militar, onde acompanhamos as dificuldades da protagonista e sua evolução considerável enquanto luta para superá-las. Por isso, as cenas de batalhas são poucas, ainda que muito empolgantes. 

Contudo, se levarmos em consideração as surpresas e reviravoltas que os capítulos finais nos reservam, é provável que o segundo volume – Chama de Ferro – tenha bem mais ação, assim como o restante da série Empyrean. Além disso, tudo indica que a conspiração política terá mais destaque e um impacto decisivo na jornada dos personagens e em sua relação com os dragões. 

Por último, fica a expectativa quanto à adaptação em série que será lançada no Prime Video. Tudo que se sabe sobre a produção até o momento é que Moira Walley-Beckett – criadora de Anne With an E e roteirista de Breaking Bad – será a showrunner. Caso o programa seja bem executado e aceito pelo público, o alcance dos livros também será muito maior. 

Quarta Asa tem tudo para se tornar um novo fenômeno, tanto literário quanto televisivo, e não apenas por conta dos dragões. Mesmo que não apresente nada de original dentro do gênero, Rebecca Yarros mostra que alguns clichês, se combinados da forma correta, ainda conseguem resultar em uma história cativante e divertida para leitores de fantasia e de romance.

Adicione esse livro à sua biblioteca!

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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