Quem cresceu nos anos 1990 com certeza já viu esse clássico sendo exibido na Sessão da Tarde. Lançado em 1988, Os Fantasmas Se Divertem – ou Beetlejuice, no original – é o segundo longa-metragem de Tim Burton, responsável por consolidar o estilo único do cineasta. Misturando comédia e terror, o filme traz um olhar cômico e inusitado sobre a morte e o que vem depois dela.
Depois de sofrerem um acidente fatal, Barbara (Geena Davis) e Adam Maitland (Alec Baldwin) são obrigados a permanecer em sua antiga casa como fantasmas. Quando Delia (Catheriene O’Hara) e Charles Deetz (Jeffrey Jones) se mudam para a residência com sua filha Lydia (Winona Ryder, de Stranger Things), o casal falecido tenta assombrá-los. Como eles não têm sucesso, acabam pedindo a ajuda de Beetlejuice (Michael Keaton, de Batman), mas as coisas logo saem de controle.
Os Fantasmas Se Divertem tem a assinatura estética de Tim Burton em todos os seus detalhes, a começar pelo aspecto sombrio e gótico dos cenários e personagens. Outro elemento que deixa o filme com a sua cara são os efeitos práticos utilizados, onde o diretor conta com jogo de câmeras, stop motion e outros recursos para intencionalmente passar a ideia de um projeto de baixo orçamento.
O roteiro criativo faz uma mistura de comédia e terror para tratar a morte de maneira mais branda e descontraída. Assim, somos apresentados a uma visão peculiar sobre a vida após a morte, à busca por um propósito e até mesmo a insinuações de temas mais delicados como o suicídio quando esse mesmo propósito não é encontrado.
Essa questão em particular fica muito bem representada no desempenho de Winona Ryder como Lydia, uma adolescente com a sensação constante de não pertencimento a lugar nenhum. Porém, como não poderia ser diferente, a alma do filme é Michael Keaton (tu dum tss). Mesmo sendo o personagem-título, Beetlejuice tem pouco tempo de tela, mas Keaton compensa esse detalhe com uma performance incrível e marcada pelo improviso na maioria das vezes.
Adam e Barbara também têm relevância para a trama, contudo a aceitação deles quanto à própria morte é muito rápida e sem impacto, servindo apenas como um pretexto para desenvolver a narrativa. Ainda assim, eles protagonizam momentos divertidos especialmente enquanto estão no departamento burocrático do pós-vida.
A conclusão do filme não faz nenhum gancho para uma possível sequência, mas agora nós sabemos que ela está chegando após um intervalo de 36 anos. Fica a expectativa para que Os Fantasmas Ainda Se Divertem mantenha a essência do filme original e também a estética característica de Burton apesar de toda a tecnologia disponível hoje em dia.
Os Fantasmas Se Divertem se tornou um clássico cult com lugar reservado na memória afetiva dos espectadores. Por mais que a obra às vezes tenha um aspecto estranho e até grotesco, Tim Burton sabe como aliar isso a temas mais descontraídos e criar uma história que pode ser apreciada com a família reunida.
Assista ao trailer:
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Os Fantasmas Se Divertem: Beetlejuice (1988)
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