Doctor Who 1×6: Rogue | Review

[SPOILERS A SEGUIR] Rogue é um ponto fora da curva na nova temporada de Doctor Who. Enquanto a maioria das histórias anteriores se destacou pela qualidade crescente, o episódio teve um resultado abaixo do esperado, sendo mais relevante por conta de referências variadas do que pela novidade que é a introdução de um novo personagem carismático.

O Doutor (Ncuti Gatwa) e Ruby (Millie Gibson) estão em Bath, na Inglaterra, no ano de 1813, em uma mansão onde convidados da festa da Duquesa de Pemberton (Indira Varma) estão sendo assassinados. Nesse mesmo local, a dupla conhece Rogue (Jonathan Groff, de Mindhunter), um misterioso caçador de recompensas que está prestes a mudar a vida do Senhor do Tempo para sempre.

Com uma ótima química com o protagonista, ele se torna um importante aliado e até mesmo um interesse amoroso. Grande parte do público que acompanha a série desde os primeiros anos da Era Moderna verá nele uma espécie de mistura de Capitão Jack (John Barrowman) pelo fato de estar em uma missão apenas por dinheiro inicialmente, com River Song (Alex Kingston) pela relação romântica e, ao mesmo tempo, trágica deixando uma ponta solta sobre como será seu retorno já que não se sabe se morreu ou não no final do episódio.

No entanto, “a cereja do bolo” vai para a aparição do rosto de Richard E. Grant como uma das regenerações passadas do Doutor em uma cena na qual o mesmo está sendo escaneado na nave de Rogue. Essa é uma clara citação ao trabalho do ator que já interpretou o Doutor em diferentes ocasiões sendo uma delas na paródia The Curse of Fatal Death (1999) e anos depois nas animações Scream of the Shalka (2003) e The Feast of the Stone (2004) na qual ele interpretou a nona regeneração do Senhor do Tempo antes de Chistopher Ecleston fazer o mesmo de forma oficial em 2005. Desse modo, pelo menos uma dessas duas participações está sendo considerada canônica a partir desse momento. Não só isso, como ele entra para o grupo de atores que já interpretaram mais de um papel em Doctor Who já que ficou conhecido como o Dr. Simeon e a personificação física da Grande Inteligência na sétima temporada da Era Moderna. Esse é o caso também da atriz Indira Varma que esteve em Torchwood como Suzie Costello.

Esses não são os únicos tipos de referência em Rogue. Esse é o caso da introdução dos Chuldurs, os metamorfos que matam os convidados da festa para se transformarem neles. Essa é uma ideia consideravelmente boa, já que essa raça está basicamente trabalhando de um jeito bizarro o conceito de cosplay, atividade comum no universo da cultura pop de fãs que usam fantasias e acessórios para representar um personagem específico. Dessa vez, o tema homenageado por eles apenas para uma questão de puro entretenimento é Bridgerton, série que adapta os livros da escritora Julia Quinn. Para os fãs da produção da Neflix esse detalhe é uma grata surpresa já que a homenagem vai desde os figurinos, danças e até trilha sonora diferenciada, como uma versão instrumental de Poker Face, de Lady Gaga. 

Contudo, apesar desses pontos positivos, o episódio perde força por conta da repetição, já que traz novamente uma trama histórica para a mesma temporada, dessa vez sem figuras icônicas como os Beatles em The Devil´s Chord, e por isso está longe de ser marcante nesse primeiro ano do 15th Doutor. Isso é ruim para quem estava com grandes expectativas, principalmente após histórias como, por exemplo, o polêmico Dot and Bubble. Nesse sentido, há uma dupla decepção já que entre as roteiristas consta o nome de Kate Herron, conhecida pelo seu excelente trabalho na direção da primeira temporada de Loki. Com esse detalhe em mente, fica a dúvida se a mudança de função não causou algum impacto no resultado, assim como a ausência de Russel T. Davies ao lado dela.

Mesmo sendo simples e pouco marcante, Rogue cumpre a função de ser divertido com seu flerte com Bridgerton. A sua referência inesperada ao universo expandido da série e a introdução de um novo aliado compensam a pequena queda do nível de qualidade que, aparentemente, irá durar pouco tempo considerando que os próximos episódios prometem resolver os mistérios envolvendo as participações da atriz Susan Twist e a origem de Ruby Sunday. 

Assista ao trailer:

Ficha técnica:

• Episódio: 1×6 – Doctor Who: Rogue
• Data de exibição: 7 de junho de 2024
• Roteiro: Kate Herron e Briony Redman
• Direção: Ben Chessell
• Duração: 45 min.
• Elenco: Ncuti Gatwa (o Doutor), Millie Gibson (Ruby Sunday), Jonathan Groff (Rogue) , Indira Varma (Duquesa de Pemberton), entre outros.

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