Duna, do escritor Frank Herbert, é considerada uma das maiores obras de ficção cientifica ao lado da Trilogia da Fundação, de Isaac Asimov. Com tamanho sucesso não é de se admirar que já tenham levado essa história para os cinemas, sendo a primeira vez em 1984 sob o comando de David Lynch. Anos depois, em 2021, foi a vez de Denis Villeneuve apresentar a sua versão nas telonas com o premiado Duna: Parte Um que logo ganhará a esperada sequência

No ano de 10191, a Casa Atreides foi designada pelo Imperador para administrar o planeta Arrakis, rico em uma substância que serve como combustível nas viagens interestelares. O duque Leto Atreides (Oscar Isaac, de Cavaleiro da Lua) aceita honrosamente a tarefa, mesmo sabendo que sofrerá oposição dos moradores nativos de Arrakis e de seus inimigos políticos. Ele leva consigo o filho Paul (Timothée Chalamet), um rapaz com um misterioso dom herdado de sua mãe, a concubina Lady Jessica (Rebecca Fergunson). O que eles não sabem é que estão sendo vítimas de uma intriga que colocará suas vidas em risco e caberá a Paul assumir seu papel dentro de um plano maior. 

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A trama de Duna gira em torno da famosa profecia do herói, alguém predestinado a trazer grandes mudanças em favor dos mais oprimidos. Paul Atreides está relutante em aceitar que possa ser essa figura lendária, ainda que tenha sido treinado por sua mãe ao longo da vida. Mesmo assim, ele continua um rapaz inexperiente e ingênuo, dividido entre os deveres para com sua Casa e as misteriosas mensagens que recebe em sonhos proféticos. 

Duna: Parte Um serve como introdução a toda mitologia da narrativa, por isso seu desenvolvimento é um pouco mais lento. Somos apresentados brevemente ao Imperium, o qual governa o universo, e a uma de suas Casas mais poderosas, os Harkonnen, rivais da Casa Atreides. Em paralelo, conhecemos um pouco das Bene Gesserit, um grupo de mulheres ligadas diretamente à profecia que envolve Paul. As intrigas e o jogo político entre esses núcleos tomam boa parte das duas horas e meia do filme, mas são essenciais para entendermos as motivações dos personagens. 

Dentre esses núcleos, quem mais se destaca são os Fremen, habitantes de Arrakis. Eles formam a parcela menos favorecida ao serem explorados e hostilizados por todos os lados. Contudo, esse povo possui costumes e tradições próprias que possibilitam sua adaptação e sobrevivência em um ambiente hostil dominado pelos gigantescos Vermes da Areia. Uma dessas Fremen é Chani (Zendaya, de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa), personagem com pouco tempo de cena, mas que promete exercer um papel fundamental na jornada do protagonista e se destacar na Parte Dois

No que diz respeito ao CGI, a produção faz um trabalho surpreendente ao retratar os mundos descritos por Frank Herbert nos livros, tanto que levou o Oscar Efeitos Visuais além de outras seis estatuetas em 2022. Seja nas naves, nos aparatos e trajes tecnológicos ou mesmo nos cenários e paisagens, a sensação de grandiosidade está presente a todo instante. Os seres humanos tornam-se pequenos em todos os sentidos diante da magnitude da tecnologia e do próprio universo. 

Justamente por ser uma obra de introdução, há poucas cenas de ação, o que pode tornar a experiência frustrante para quem assistir esperando por isso. Ainda assim, as poucas cenas presentes são bem trabalhadas e impactantes. A divisão em partes também faz com que o final seja inconclusivo, parando em um ponto-chave para o que será desenvolvido na segunda parte. 

Duna: Parte Um é um filme grandioso para uma obra literária igualmente grandiosa que, sem dúvidas, já se tornou um marco para a ficção científica nos cinemas, se igualando ao material que lhe deu origem. Tanto pelo teor político quanto pelo fantasioso, Denis Villeneuve constrói um universo sólido e cheio de nuances que pode ser explorado por um bom tempo sem se desgastar.

Assista ao trailer de Duna: Parte Um:

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Duna: Parte Um (2021)

8.0 Ótimo!
  • Nota 8
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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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