Depois de ter sido adiado de 2023 para o ano seguinte, o segundo volume do épico escrito e dirigido por Denis Villeneuve finalmente chega aos cinemas. Duna: Parte Dois se desenvolve em cima da base sólida construída no primeiro filme, superando todas as expectativas e dando um passo além na grandiosidade da trama e de seus personagens. 

Dando continuidade direta aos acontecimentos de Duna: Parte Um, Paul Atreides (Timothée Chalamet) e sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Fergunson), se unem a Chani (Zendaya) e aos Fremen no deserto de Arrakis para se vingar dos responsáveis pelo ataque à sua Casa. Durante essa jornada, Paul precisa lidar com o peso da liderança e do fanatismo religioso enquanto é atingido por visões que prenunciam um futuro terrível. Na tentativa de evitar esse destino sombrio, o rapaz terá de escolher entre ficar ao lado de quem ama ou salvar todo o universo. 

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A função do primeiro filme foi estabelecer – ainda de que forma lenta – todo o contexto político e religioso da narrativa, focando nas intrigas e conspirações do Imperium e na promessa da chegada de um herói predestinado. Agora, Duna: Parte Dois se aprofunda nas consequências do que foi apresentado e explora os personagens mais a fundo, começando pelos Fremen. Além da dinâmica desse povo com o deserto, podemos ver o conflito de gerações, principalmente no que diz respeito à fé na profecia acerca de um provável salvador divino. 

Dentro desse núcleo, enfim vemos Chani ter o devido destaque. Sua obstinação e independência mostram sua força ao mesmo tempo em que seus ideais são pontos delicados na sua relação com os mais velhos de seu povo e com Paul. Este, por sua vez, tem um amadurecimento notável que fica evidente na interpretação de Chalamet. De menino ingênuo, vemos o rapaz passar a uma figura de liderança que precisa lidar com o fardo do poder e da expectativa que outras pessoas depositam sobre seus ombros. Inclusive Lady Jessica, sua própria mãe, se sobressai ao assumir um papel decisivo na forma como o filho é visto pelos Fremen. 

Além de aprofundar os personagens conhecidos, também descobrimos as novas adições ao elenco, começando com o Imperador (Christopher Walken) e sua filha, a Princesa Irulan (Florence Pugh, de Oppenheimer), ambos com pouco tempo de cena, porém decisivos. Contudo, quem mais chama atenção é Austin Butler (de Elvis) na pele de Feyd-Rautha Harkonnen que, além do visual ameaçador e personalidade assustadora, protagoniza uma das cenas com o visual mais marcante da obra, toda em preto-e-branco no planeta dos Harkonnen. 

Uma das consequências da maior objetividade de Duna: Parte Dois é que há muito mais ação, algo que vemos pouco no primeiro longa. As cenas mantêm o ar de grandiosidade e ousadia, sustentando a atmosfera épica do início ao fim. Aliado a isso, a experiência é amplificada pelo trabalho memorável de Hans Zimmer na composição da trilha sonora, a qual deixa tudo mais empolgante e envolvente. 

Nos aspectos técnicos, este filme supera seu predecessor em todos os quesitos, seja na questão do som imersivo, da fotografia de tirar o fôlego, do figurino e dos efeitos visuais. Por conta de todos esses fatores, é uma aposta certeira que a produção será lembrada nas maiores premiações cinematográficas de 2025, inclusive disputando em categorias como Melhor Filme e Direção. 

Não é exagero que Duna: Parte Dois já seja considerado um dos épicos de ficção científica mais marcantes do cinema nas últimas décadas. A combinação dos ingredientes certos nas mãos habilidosas de Villeneuve permite que o segundo longa dê um salto de qualidade em relação ao primeiro e ainda deixa espaço para que tenhamos um provável volume três futuramente.

Assista ao trailer:

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Duna: Parte Dois (2024)

9.0 Ótimo!
  • Nota 9
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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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