Jurassic League #01: Um quadrinho onde a Liga da Justiça é composta por dinossauros│Review

A editora DC Comics sempre teve um hábito de recontar a história dos seus personagens mais clássicos em contextos diferentes. Isso poderia ir até de diferentes períodos de tempo, diferentes temáticas, até a mais completa loucura. Por um tempo houve um selo específico para esse tipo de história, chamado de Elseworlds (que aqui no Brasil foi traduzido como Túnel do Tempo) e até possui alguns clássicos sob seu guarda-chuva.  Por mais que esse selo não exista mais, a tradição de recontar suas histórias em diferentes contextos continua.

Recentemente chegou às bancas uma dessas histórias, e talvez a mais inusitada de todas. Jurassic League será a minissérie de seis edições que reconta o universo DC onde seus principais heróis são dinossauros nos primórdios da Terra. E a primeira edição já está entre nós!

O roteiro e desenhos ficam por conta de Juan Gedeon, que já passou pela revista mensal do Venom e a revista mensal do Alfred (sim, isso existe). Porém ele divide os desenhos com Daniel Warren Johnson, que tem um estilo bem marcante, como podemos ver nas séries Wonder Woman: Dead Earth, Beta Ray Bill: Argent Star e Murder Falcon.

Nesta primeira edição o que vemos é a introdução da trindade da DC : Batman, Superman e Mulher Maravilha neste novo universo. Desde o início percebemos que a história pede que não a levemos muito a sério, pois existe um humor óbvio em ver esses dinossauros com roupas que lembram os heróis que conhecemos. Além disso, é colocado logo de cara que humanos dos tempos das cavernas e dinossauros comuns coexistem, por mais que alguns dinossauros sejam comuns e outros sejam dotados de inteligência.

Em termos de roteiro temos uma narrativa bem introdutória e que nos apresenta a trindade de maneira bem simples. Porém o que chama atenção é como a ação é fluída e realmente consegue passar a sensação de dinamismo e movimento. Os olhos deslizam muito facilmente pelos quadros e as cenas de luta se desenvolvem na mente do leitor. As cores vibrantes de Mike Spicer também ajudam muito nesse quesito, além de compor bem o tom da revista, que apesar de tentar ser impactante visualmente, possui uma história simples, e até o momento, cômica e singela.  De modo geral a arte é estilizada na medida certa e de maneira que amplifica a história e seus conceitos bizarros.

Imagino que parte do plano editorial para essa minissérie seja atingir um publico um pouco mais novo, por volta dos oito e dez anos, apesar disso não ficar muito explícito. Existe certa dose de violência, mas nada que uma criança não poderia consumir. A própria ideia de atrair as crianças na fase onde elas estão fissuradas por dinossauros pode explicar parte desse suposto plano. Imagino facilmente uma criança nesse período da vida adorando os desenhos e designs super dinâmicos apresentados aqui.

Definitivamente uma versão maluca da Liga da Justiça, mas que mostra um charme nessa primeira edição e até o momento pode servir de material introdutório para o público infanto-juvenil. Mas para os mais velhos vale conferir para os que curtem estudar desenhos e diferentes estilos.