Há um bom tempo a Panini vem trazendo a coleção que é baseada nos desenhistas icônicos dos personagens da editora. Batman já tem uma qualidade inacreditável de edições trazendo os trabalhos de Neal Adams, Jim Aparo, Alan Davis e muitos outros. Esta coleção também abarca outros heróis como a icônica saga do Lanterna Verde e Arqueiro Verde, a fase da Mulher Maravilha desenhada por George Pérez e sagas do Darkside por Kirby e Byrne. Obviamente o Superman também teve sua vez, mas até agora ele só havia recebido dois volumes com os trabalhos de José Luis García-López. Agora temos a volta do selo Lendas do Homem de Aço reunindo uma bela saga desenhada por Curt Swan.
Para quem não sabe, Curt Swan é um dos maiores desenhistas que já trabalharam com o Superman. Ele foi mais ativo durante a Era de Prata, quando o herói estava no seu auge de historias icônicas, inventivas e divertidas. Seu traço passou por todos os cantos da mitologia do Superman e, por consequência, do universo DC. Ele deu vida a histórias típicas dos anos 70 e foi até a última história do personagem da Era de Prata que foi roteirizada por Alan Moore, “O que Aconteceu com o Homem de Aço”.
Agora que você já esta convencido da relevância de Curt, vamos falar das histórias que estão presentes neste primeiro volume. A edição da Panini reúne as edições originais de Superman 233-238 e 240-242. O interessante é que este compilado, apesar de pular alguns números, forma perfeitamente um arco fechado de histórias. Parece até que você está lendo uma saga fechada e não um compilado de revistas mensais que, por acaso, formam uma grande história. Parte desta unidade narrativa existe graças aos roteiros de Denny O’Neil, um dos roteiristas mais importantes da história da editora.
É preciso ter em mente que estas são histórias dos anos 70 e, de certa forma, sintetizam o estilo de aventuras que vemos nos dois primeiros filmes do personagem. Numa historia ele está impedindo um vulcão de entrar em erupção e em outra ele está lutando contra seres multidimensionais. É importante salientar que estes são roteiros de Denny O’Neil, pois ele também era roteirista da revista da Mulher Maravilha e, nesta época, tirou os poderes dela. Neste volume ele faz exatamente a mesma coisa com Superman, fazendo desafios que antes seriam simples se tornarem mortais. Ele também aborda a problemática da responsabilidade de um ser super poderoso e o perigo deste ser perder o controle. Tudo que hoje é clichê nas histórias do Superman já estava sendo trabalhado nestas histórias.
O traço de Curt é clássico, no melhor sentido desta palavra. Ele consegue desenhar os momentos mais absurdos, misturando conceitos às vezes antagônicos, mas também cria muito bem o clima simples de uma cidade ou de um escritório. Tem aquele tipo de traço que faz um homem voando algo totalmente crível e simples, sem necessariamente recorrer ao realismo estético. É uma pedida excelente para fãs da Era de Prata e para qualquer fã do Superman.
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