Tijolômetro – Lilo & Stitch (2025):

Ótimo!

Quando o live-action de Lilo & Stitch foi anunciado, a primeira reação foi “pra quê?!” Depois do primeiro trailer, passou para “ok, isso parece interessante…” Agora, após conferir o filme, é “own, que bonitinho!” Indo contra a maré de projetos duvidosos, a nova produção da Disney acerta o tom para encantar tanto os adultos quanto o público infantil com uma história comovente e divertida sobre amigos e família.

Adaptando a animação de 2002, o longa dirigido por Dean Fleischer Camp nos apresenta à pequena e simpática Lilo (Maia Kealoha), uma menina havaiana que vive com a irmã mais velha, Nani (Sydney Agudong), após a morte de seus pais. Ela cruza o caminho do alienígena fugitivo conhecido como Experimento 626 e acaba adotando-o como seu “cachorro” de estimação chamado Stitch (voz de Chris Sanders). A partir daí, os dois desenvolvem um vínculo repleto de aprendizados.

O maior acerto da obra é focar na amizade pura e sincera entre Lilo e Stitch enquanto traça paralelos entre os dois. Ela é uma criança solitária que vive se metendo em confusão para chamar a atenção de Nani, que luta para não perder a guarda da irmã caçula. Ele, por outro lado, foi criado para ser uma arma de destruição implacável e passa ser caçado por seu criador, Jumba (Zach Galifianakis). Quando se encontram, tanto as semelhanças quanto as diferenças entre eles ajudam a criar um relacionamento que evolui para um forte laço familiar: ohana.

A química entre os dois protagonistas dá um verdadeiro show de fofura ao mesmo tempo em que emociona e provoca risadas. Tudo isso é construído com uma aura leve que envolve o público mais velho e o mais jovem de formas iguais, sendo o passatempo ideal para a família, já que essa é a palavra que move a trama.

E por mais que o Stitch chame a atenção ouvindo Elvis, quem rouba a cena de verdade é Maia Kealoha, mostrando que foi feita para interpretar Lilo. A atriz mirim esbanja carisma e talento no alto dos seus 8 anos de idade, indo do drama à comédia com uma facilidade impressionante. Sydney Agudong também desempenha um bom papel como Nani, mas falta entregar uma carga dramática maior em momentos decisivos.

Um dos maiores riscos em Lilo & Stitch era o uso de CGI para criar um dos personagens-título de maneira realista, contudo esse objetivo foi alcançado de maneira satisfatória. Nesse quesito, é até compreensível que alguns personagens do original tenham sido omitidos e outros que estão presentes tenham mais tempo de tela na forma humana para facilitar a execução e o orçamento.

O único detalhe que gera incômodo é a facilidade com que alguns personagens aceitam a existência de vida alienígena de forma tão fácil e rápida sem nunca terem visto um ser desses antes. Fora isso e algumas conveniências que podem ser aceitas, o roteiro se encaminha para um desfecho emocionante e divertido. Além disso, não podemos descartar uma possível sequência, visto que a animação dá material para tanto; porém isso depende principalmente da recepção do público.

Em meio a tantos live-actions desnecessários e polêmicos, Lilo & Stitch consegue aquecer o coração dos espectadores com uma trama singela sobre a força dos laços da amizade. O que potencializa essa premissa é justamente apresentá-la sob o olhar infantil e sincero de uma criança que consegue conquistar a audiência sem fazer esforço.

Assista ao trailer:

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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