Bruce Willis realmente é um nome que chama público até hoje. É um daqueles atores dos filmes de ação dos anos 80 que sobrevive nos dias de hoje com seu carisma e mesmo já estando na terceira idade ele se mantém em papéis de ação, mas tendo consciência de que já não é o mesmo cara que protagonizava “Duro de Matar”. É justamente o que ocorre em “Once Upon a Time in Venice”.

Steve Ford (Bruce Willis) é um detetive particular em Los Angeles que se envolve em uma série de conflitos que incluem achar um grafiteiro que está fazendo artes pornográficas pelos prédios da cidade e seu cachorro roubado.

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O que mais chama atenção nesse filme é seu roteiro que é assinado por Mark Cullen (que também dirige) e Robb Cullen e ambos juntos escreveram o roteiro de Tiras em Apuros (que já falei aqui) que também é protagonizado por Bruce Willis. Mas por que o roteiro chama atenção? Porque ele parece uma série de TV compilada em um filme. O roteiro apresenta uma grande quantidade de problemas que Steve deve resolver, mas nenhum deles parece ser o suficiente para preencher um longa inteiro. Na verdade os conflitos até são bem interessantes, mas parece que o próprio roteiro não faz questão de dar a devida importância que eles merecem e prefere usar vários. Por um lado isso faz o ritmo do filme se manter sempre corrido, mas por outra faz com que nada parece verdadeiramente impactante.

O filme é recheado de coisas divertidas como o personagem Steve andando de skate, totalmente pelado com apenas um revólver. O humor da película como um todo é muito boa e por vezes mais importante que a ação, que é pouco inspirada. Um exemplo dessas situações cômicas interessantes é o personagem de Jason Mamoa, que faz o chefe de um grupo de criminosos latinos. O filme tem outros atores relevantes como John Goodman que também tem um personagem cômico.

O filme tem boas ideias e te faz pensar que realmente poderia ter dado um bom seriado onde cada episódio transformasse os conflitos do filme em algo mais organizado e direto. O filme é até bem sucedido em amarrar todas as tramas que apresenta, mas de forma muito simples e que evidenciam que tem coisas demais para ser contada em tão pouco tempo. Até mesmo o valor de produção que vemos na tela se assemelha com a de um seriado. Talvez com um diretor que soubesse valorizar mais cada cena que somos apresentados tornasse o filme mais empolgante. Mas não se engane, pois “Once Upon a Time in Venice” ainda sim é um filme bem divertido e com bons momentos e merece ser visto.

 

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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