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Em outras críticas eu já demonstrei minha dúvida e fascínio em entender o fenômeno de “filmes de tubarão”. Como um único animal poderia gerar tantos longas de terror e aventura, e tudo por causa do longa de 1975 dirigido por Steven Spielberg. Outro fenômeno, esse bem mais recente, são as histórias envolvendo tabuleiros Ouija. Temos uma franquia que leva o nome Ouija em seu título e diversos derivados. Ouija Shark um filme que se propõe em misturar esses dois elementos.

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Um grupo de amigas vai passar o final de semana na casa dos amigos dos pais de uma delas. As coisas se tornam um problema quando elas decidem usar um tabuleiro Ouija encontrado no mar. As meninas acabam liberando o espírito aprisionado de um tubarão fantasma que começa a atacar todos a sua volta.

Por incrível que pareça fazer uma boa crítica desses filmes escancaradamente trash é algo difícil. Dizer que eles têm efeitos ruins e roteiros com ideias toscas é algo óbvio, além de não entender que a maioria desses projetos são propositalmente toscos para efeito cômico. Mas até para fazer um filme desses é preciso ter talento e sensibilidade. Mesmo um filme tão ruim que dá a volta e fica bom necessita de conhecimento de cinema e de como fazer um filme.

Não é o caso de Ouija Shark.

Temos cenas longuíssimas que não possuem propósito nenhum, muitas vezes com diálogos sem nenhuma graça de qualquer tipo. Na maior parte do tempo nada acontece e o filme é extremamente tedioso. Como um filme sobre um tubarão fantasma pode ser tedioso? E sabe o que é pior? Essa nem é uma ideia original. Nós já temos um filme chamado O Tubarão Fantasma (2013) produzido pelo Syfy Chanel.

Sobre os efeitos toscos: É uma arte muito sutil fazer um efeito especial tosco que acabe ficando engraçado. Basicamente o que fizeram nessa produção foi usar uma luva com formato de cabeça de tubarão e coloca-la com transparência em cima das cenas. Até mesmo canais de Youtube fazem coisas melhores do que isso. Não é engraçado, é só mal feito.

O mais curioso é que o filme se leva um tanto a sério até o final do segundo ato. O humor óbvio dessa premissa só começa a ser usado no clímax, mas aí já é tarde demais. E nem é um humor exagerado, como é de se imaginar, ou com uma atuação minimamente divertida. Todos os atores falam como se estivessem dopados.

Personagens somem sem motivo. Cenas inteiras que não possuem motivo de existir além de estender a filmagem até que o projeto atinja o tempo necessário para ser considerado um longa. Enquadramentos onde não é possível ver nada. Nem mesmo as mortes geram algum entretenimento.

Não existe nada que possa te levar a querer ver algo nesse filme. Ele não é uma espécie de The Room que é fascinante de tão ruim. É só incrivelmente chato mesmo com uma premissa tão maluca quanto essa. O pior é que esse poderia ser um ótimo filme de paródia feito de forma trash e com baixo orçamento. É só uma perda de tempo.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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