Apesar de atualmente estarmos vivendo uma era de ouro para adaptações de quadrinhos de super-herói, se você parar pensar não temos muitos personagens criados diretamente para o cinema. Parece que quando o assunto é super-herói é quase que necessário ter um material de base para gerar um filme. Samaritano é um dos poucos filmes que quebra essa regra e tenta apresentar uma nova mitologia e personagens completamente criados do zero para esse roteiro, apesar de não ser a trama mais inovadora do mundo.

O roteiro é assinado por Bragi F. Schut que tem em seu currículo obras como Escape Room e Caça às Bruxas. A direção fica por conta de Julius Avery, que dirigiu Overlod, um filme de guerra e terror bem despretensioso e divertido.  Apesar de Sylvester Stallone estar na capa do filme, e ser a principal imagem usada na divulgação, ele não é bem o personagem principal, e sim do garoto que o acompanha. E como se víssemos uma história sendo contada do ponto de vista do Robin e não do Batman.

Na verdade a divulgação desse filme está fazendo um péssimo trabalho em vender a história. Não vá para Samaritano esperando um baita filme de ação ou até mesmo um típico filme de super-herói. Em muitos sentidos esse é um típico filme do Stallone, um drama carregado onde o mais importante é ver a relação dos personagens que precisam dar a volta por cima da situação social desvantajosa e de traumas passados. Só temos uma grande cena de ação no clímax do filme e até lá pequenos vislumbres de combates.

O ator mirim, Javon ‘Wanna’ Walton, faz um ótimo papel em ser uma espécie de sidekick para o herói aposentado.  Os fãs de quadrinhos podem vê-o como um amálgama de Tim Drake com Jason Todd. Os vilões como um todo são bastante genéricos e só estão lá para cumprir o básico que a trama pede. De modo geral o roteiro pega uma série de clichês dos filmes de vigilantes, super-heróis e brucutus e cria uma nova história com isso. Não muito original, mas o suficiente para não incomodar.

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Claramente esse filme não teve um grande orçamento, mas o diretor é muito inteligente em usar os recursos escassos com sabedoria. Quando temos o grande clímax ao final do filme fica mais evidente a falta de orçamento, mas até lá existem alguns efeitos práticos interessantes e os digitais não incomodam os olhos. As poucas cenas de ação que temos ao longo da trama são bem executadas.

Esse não é um longa marcante e definitivamente não é original, mas dá para ver que os idealizadores realmente gostam do projeto e colocam alma ao fazê-lo, então é muito difícil não ter simpatia pela história e os personagens. Apesar dos pesares acabamos nos importando com eles e o arco pelo qual eles passam mesmo já sabendo o que vai acontecer. Vale a pena conferir Samaritano se você gosta desse gênero de filme, principalmente se já tiver Amazon Prime. É um filme que provavelmente não sobreviveria num circuito de cinema, mas sendo o streaming acaba sendo o local perfeito para ele.

Assista o trailer:

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Samaritano

7.0 Bom
  • Nota 7
  • User Ratings (0 Votes) 0
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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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