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Jason Aaron ficou responsável por contar os acontecimentos dos protagonistas de Star Wars após a compra da franquia pela Disney. Iniciou-se uma revista mensal (produzida pela Marvel) que conta às aventuras de Luke, Han e Leia após o filme “Uma Nova Esperança”. Seu primeiro arco de aventuras já foi analisado aqui e provaram que existe uma cabeça pensante, pois Aaron tem a difícil tarefa de criar aventuras emocionantes, mas sem contradizer eventos que ainda viriam a acontecer no “Império Contra Ataca”. Além de conseguir realizar tal feito com sucesso, ele ainda vai mais longe e insere elementos que realmente mudam seus pontos de vistas dos personagens e do mundo de Star Wars.

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Após o encontro de Luke com Vader na missão de desmantelar uma fábrica de armas do Império, o nosso herói começa a sentir dúvidas sobre sua função de Jedi e a luta contra o Lado Negro da Força. Enquanto isso Leia e Han acabam sendo encurralados num planeta misterioso por uma suposta ex-esposa de Han.

É fundamental que você tenha lido o primeiro volume intitulado de Skywalker Ataca que compila as seis primeiras edições da mensal de Star Wars, enquanto Confronto na Lua dos Contrabandistas compila da edição 7 até a 12. Tanto que a edição sete justamente mostra um dos relatos que estão no diário de Obi-Wan que Luke acha no volume anterior. Uma história fechada em uma edição que mostra como ele viveu em Tatooine logo após deixar Luke com seus tios. A história é interessante justamente por mostrar os pensamentos conflituosos que ele possuía nesse período de sua vida. Um homem que falhou em todos os aspectos e agora precisa viver isolado em um planeta qualquer. Para quem leu o livro Kenobi, isso não será uma grande novidade, mas ainda assim é uma boa ideia. Aqui temos os desenhos de Simone Bianchi, que consegue criar bem esse sentimento de deserto estéril e empoeirado. Seus alienígenas não são muito bem detalhados e seu traço não tem muita definição, o que até acaba combinando com essa ideia de história antiga sendo relida de um diário velho. Funciona bem para uma história específica e afastada dos eventos presentes que a revista aborda.

Nas outras edições temos os desenhos de Stuart Immonen que trabalhou em diversas revistas recentes dos X-Men (como a saga Batalha do Átomo), o Novo Capitão América, e, a inacreditavelmente boa, Superman: Identidade Secreta. Na verdade ele já trabalhou em diversos outros títulos da Marvel e da DC, ou seja, estamos falando de um ilustrador experiente. Sua arte não é tão detalhada quanto à do John Cassaday nas edições anteriores, principalmente quando se trata dos cenários, mas os personagens estão bem delineados e a forma como ele conta a ação de forma visual se mantém no mesmo nível, algo fundamental nessa história.

O núcleo das aventuras de Luke está muito interessante e realmente traz novidades para este universo e não as típicas voltas que não levam a nada que os universos expandidos costumam ter. Ao mesmo tempo em que ela anda com os mistérios, ela cria novos, e temos uma aventura divertida e bem típica de Star Wars. Um planeta cheio de mercenários e bandidos que é controlado por um dos membros da família Hutt. O núcleo de Han e Leia é muito bom e desenvolve bem a relação destes dois personagens, mas parece que se estende mais do que deveria só para que acabe desembocando na trama de Luke, que acaba gerando um belo final para esse segundo arco. Mais ainda assim é nítida que várias falas se repetem e ideias são ditas de novo, só que com palavras diferentes, que faz com que a narrativa deste núcleo não ande de forma tão fluida quanto à trama do Luke.

O mais interessante é quanto Aaron realmente entende deste universo e de seus personagens. Prova disso é quando ele cria rapidamente um terceiro núcleo de narrativa que consiste em C3PO e Chewbacca indo resgatar Luke. Você imagina esses dois personagens funcionando sozinhos? Além de divertido faz total sentido com os acontecimentos da história. Na grande conclusão do arco temos mais uma batalha épica, algo que essa publicação está mostrando que sabe fazer muito bem, onde acontecem coisas inimagináveis, mas completamente justificáveis pela forma como o roteiro se desenvolve. As lutas são criativas, empolgantes e muito bem narradas visualmente. 

No fim temos novos mistérios levantados que te deixam com vontade imediata de ler as próximas edições. Somos bem servidos de ação e desenvolvimento de personagens e ainda não caímos nas típicas enrolações que as histórias podem ter justamente por serem limitadas pelos filmes. Aaron está se provando um especialista na franquia e em como criar ótimas aventuras entre os filmes, que acabam enriquecendo os mesmos. Algo que definitivamente não é uma tarefa fácil.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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