The Rising of the Shield Hero, ou Tate no Yüsha no Nariagari, é um anime seinen que surgiu em 2019 com um bom destaque como mais um anime de Isekai (quando o protagonista é “transportado” para um novo mundo), e aqui temos o mundo de espada e fantasia clássico. Naofumi, nosso protagonista, é invocado para este novo mundo como um dos quatro heróis cardinais, responsáveis por salva-lo das ondas de destruição. Naofumi é o Herói do Escudo, e justamente por isto é misteriosamente alvo de discrinação e é falsamente acusado de estuprar a única integrante de sua equipe, caindo em desgraça perante a todo o reino logo no primeiro episódio. Sem esperanças de escapar deste inferno, Naofumi se dispõe a se vingar e virar o jogo de sua reputação à base da desconfiança e repulsa.
A série foi originalmente publicada como uma web novel no site Shōsetsuka ni Narō entre 29 de outubro de 2012 e 23 de agosto de 2013. A light novel começou a ser reescrita, expandida e publicada em formato físico no mesmo dia de encerramento da web novel. Depois veio a adaptação em mangá. Em junho de 2017 foi anunciado a primeira temporada animada da série, produzida pelo estúdio Kinema Citrus. O anime estreou em 2019 e é dirigido por Takao Abo, escrito por Keigo Koyanagi, o desenho dos personagens por Masahiro Suw.
The Rising of Shield Hero contrói uma jornada até padrão de anime seinen com o protagonista tendo um rumo tortuoso em busca de vingança, tomando atitudes de moral questionável. Inclusive ao comprar uma menina demi-humana (meio humana meio animal) como escrava, a Raphtalia. Como é um herói do escudo e não pode empunhar nenhuma outra arma, Naofumi a treina para lutar por ele e assim ganhar pontos de experiência compartilhados, como em um RPG. A partir deste ponto temos aquela dinâmica também padrão e os dois partem em busca de evoluir seus status como guerreiros e acabam conhecendo novos amigos, inimigos e aprofundando mais a sua própria relação.
O mundo deste anime é um clássico dos isekais, um mundo de espada e magia composto por diversos clãs e espécies diferentes. Nele acontecem essas ondas de destruição aonde surgem monstros que atacam a civilização. Porém pouco da mitologia deste mundo é revelado, só sabemos que tais ondas acontecem e que esses heróis cardinais são invocados de um outro mundo para combatê-las. Passamos a primeira temporada toda sem saber o porquê disto acontecer. E também sem saber o motivo de tanto ódio destinado ao herói do escudo, é dito pelo rei que o mesmo seria responsável por destruir sua família mas não fala se é uma profecia ou uma repetição do passado.
Também há a igreja dos 3 Heróis (excluindo o do escudo), dizem que o herói do escudo é odiado por ter maior afinidade com os demi-humanos em invocações passadas, mas não parece que esse seja o motivo definitivo para tamanho ódio, à ponto da igreja causar uma grande conspiração resultando em golpe de Estado. E como não tivemos uma resposta satisfatória na primeira temporada, acaba pesa negativamente para o anime. E isso é um padrão de The Rising of the Shield Hero. Temos muitos mistérios e poucas respostas. Naofumi não se pergunta muito do porquê das coisas e também parece que ninguém está muito disposto a explicar, nem mesmo o autor. Enquanto isso o espectador fica boiando num mar de dúvidas e curiosidades numa imensidão de 25 episódios. Parece até daquelas táticas batidas de quando for oportuno irão revelar alguma coisa que se encaixe na conveniência do momento.
E conveniência é algo bem comum de The Rising of the Shield Hero. Os acontecimentos surgem e tudo é resolvido pelo protagonista. Inclusive missões feitas pelos outros 3 heróis (espada, lança e arco) têm que ser concluídas em definitivo pelo herói do escudo. Durante as ondas de destruição acontece o mesmo. Os vilões que aparecem misteriosamente nas ondas (que aparentemente são semelhantes aos heróis cardinais mas que ainda não temos respostas) apenas se interessam por Naofumi. O anime narrativamente tem até bons momentos de superação e sacrifícios, mas, no geral, a obra não traz grandes reflexões além dos básicos “se importar com o próximo” e “a busca de vingança da traição”. Nem mesmo traz luz à uma reflexão comum sobre o principal item do anime, o escudo: uma “arma” que serve para proteger.
Acontece de tudo com o escudo, sai fogo, sai serpentes, cabeça de demônio, sarcófagos de tortura, mas não sai uma elucubração digna sobre a arma em si. Nem que fosse “o principal ataque é a defesa”… “o escudo é feito para servir aos outros”… E já que estamos falando de coisas que incomodam no anime, é minimamente estranho como o mesmo se utiliza de garotinhas para compor seu enredo, chega um momento em que Naofumi é seguido por três jovens ao mesmo tempo que nutrem sentimentos por ele, dando a entender que em algum momento o anime pode chegar numa categoria de harem, e fica nessa zona incômoda entre uma problemática obra de “adoraradores de lolis” ao paternal complexo de elektra.
De toda maneira, The Rising of the Shield Hero fica apenas na superfície de seus temas, itens e problemas propostos mesmo contando com 25 episódios em sua primeira temporada. A segunda já está confirmada para abril de 2022 e esperamos que venha com mais explicações do que mistérios. O anime se encontra disponível no catálogo da Crunchyroll.
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