Em 25 de maio, foi comemorado “O Dia do Orgulho Nerd“. Apesar desta data simbólica ter passado não deixa de ser oportuno comentar sobre o lado nerd dos livros. Um tema como esse nos leva para direções variadas, seja por causa de um guia de sobrevivência especial, um viajante do tempo multi-midiático ou um ícone de vida longa e próspera. Em outras palavras, exemplos do que podemos chamar de literatura nerd. Se você, assim como o Capitão América, entendeu algumas das referências deste primeiro parágrafo isso significa que está mais do que apto (a) para conhecer esta faceta do nerdismo.

Neste contexto, nada mais lógico do que primeiramente colocar em foco Douglas Adams, autor da série “O Guia do Mochileiro das Galáxias“. Independente se você conhece ou não seu principal trabalho literário, é fácil saber que a data pelo qual comemoramos o orgulho de ser nerd também é conhecida como “O Dia da Toalha“. O nome escolhido é uma homenagem/referência à um item de sobrevivência utilizado por um dos personagens principais destes livros. Publicada no final da década de 70, a série rapidamente se tornou um sucesso por conta da perfeita harmonia de ficção e humor. Não só isso como já influenciou e ainda influencia várias outros produtos da cultura pop. Provas destas influências podem ser encontradas na série britânica Doctor Who.

 

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Inclusive, Douglas Adams já escreveu roteiro para 3 episódios da série sendo que um deles, intitulado “Shada”, foi parcialmente filmado mas nunca transmitido. Posteriormente, este mesmo episódio serviu de base para “Shada – A Aventura Perdida de Douglas Adams” de Gareth Roberts.

“City of Death” não teve esse azar e por muitos fãs é considerado o melhor arco da série clássica. Também foi transformado em livro pelas mãos de James Goss. Ambos foram publicados no Brasil pela Suma de Letras. Claro que estas não são nem de longe as únicas publicações relacionadas à Doctor Who que, por sua vez, também faz parte do mundo das HQs.

Outro ponto interessante é como o roteiro de Doctor Who sempre homenageou grandes nomes da literatura com versões live action de autores clássicos. Em episódios da fase moderna, podemos destacar as participações de William Shakespeare, Agatha Christhie e Charles Dickens nas primeiras temporadas. No caso deste último, fica a observação sobre o especial de natal “A Christmas Carol” que é inspirado em sua obra homônima. Como se isso não fosse o bastante, ainda há espaço em Doctor Who para referências à Harry Potter e histórias escritas por Neil Gaiman. Em outras palavras, uma série que tem na verdade um protagonista que viaja pelos mundos dos livros em suas mais variadas formas.

Por último, vale a menção à um grande ícone da cultura pop mundial: Leonard Nimoy. Eternizado como Spock em Star Trek, o ator criou ao longo de sua vida uma variada carreira em diversas áreas como a fotografia, música e a literatura. Além de ser autor de duas autobiografias, ele também já publicou diversos poemas onde expressava toda sua sensibilidade de forma única. A grande surpresa, se é que podemos colocar dessa forma, está no fato da música “The Ballad of Bilbo Baggins” ser de sua autoria. Afinal de contas, é inusitado para qualquer nerd imaginar o Spock cantando uma música sobre um personagem de “O Senhor dos Anéis”.

Enfim, não há dúvidas de que há um lado nerd na literatura e que este pode surgir nas mais variadas formas, mas o mais importante é que isso não se perca no tempo e que continue levando os adeptos do nerdismo aonde nenhum outro homem esteve antes.

 

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Olhar Literário é uma coluna escrita por Marcus Alencar. Marcus é redator no site Leituraverso e um dos hosts do podcast Leituracast

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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