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Aviso: Este texto contém spoilers da primeira temporada de Loki

Recentemente a série protagonizada por um deus da trapaça e seu propósito glorioso encerrou sua primeira temporada. No entanto ainda há muito a ser comentado como, por exemplo, a influência no futuro de um certo universo cinematográfico. Uma prova disso é que refletindo sobre as teorias criadas até o momento encontrei uma possibilidade bem curiosa: a relação entre suas variantes com o histórico de um certo Senhor do Tempo. Isso pode até parecer uma viagem sem sentido pelo multiverso louco das especulações da internet, mas se olharmos com atenção essa talvez pode ser uma pista para a longevidade das adaptações da Casa das Ideias. 

Para começo de conversa vamos esclarecer as coisas apresentando dois pontos de partida: Sylvie (Sophia Di Martino) e as regenerações do Doutor em Doctor Who. Logo nos primeiros episódios de Loki conhecemos a primeira variante de um personagem que até então era interpretado apenas por Tom Hiddleston. Logo na segunda metade da série, mais precisamente no final de “The Nexus Event”, fomos apresentados à outras versões de aparência humana e…um jacaré, algo que por sinal não foi motivo de estranheza para o protagonista. Agora, com essa informação em mãos falta apenas responder a pergunta: O que isso tem a ver com Doctor Who?

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Em 1966 quando os produtores da BBC se confrontaram com a saída de William Hartnell por problemas de saúde nascia uma ideia que se tornou uma característica definidora da série britânica: o conceito da regeneração. Como forma de evitar a morte o Doutor passa por um processo de cura que muda todo seu corpo e personalidade, mas sem perder todas as memórias. Com isso, além de permitir explorar diferentes facetas do mesmo personagem a série tem promovido não só a troca de atores como agora de atrizes no papel principal. Esse último detalhe vale um destaque especial já que marcou uma mudança significativa depois de décadas tendo o protagonista sendo interpretado por homens.

Agora com todas as cartas na mesa vale ressaltar que não estou de forma alguma tentando confundir a ideia de variante em Loki com as regenerações em Doctor Who. O ponto em comum nas duas séries além da temática de viagem no tempo está na possibilidade de mudar quem interpreta os personagens principais, o que também inclui a questão de gênero. Por esse motivo não seria nada surpreendente vermos Kid Loki (Jack Veal), Sylvie e até mesmo o Loki Clássico (Richard E. Grant) em outras produções do UCM. Caso isso aconteça realmente seria um teste para uma possível substituição de Tom Hidleston em um futuro distante.

Afinal de contas, é muito difícil de acreditar que um dia os filmes ou séries da Marvel fiquem sem um Loki. O ator pode até ter afirmado que ficaria no papel para sempre, mas todos sabemos que infelizmente não é bem assim. O Wolverine de Hugh Jackman é provavelmente o exemplo perfeito disso. Desse modo, não acho que seja exagero imaginar que aconteça com o UCM o mesmo que aconteceu com Doctor Who nos anos 60. Por mais que os filmes de super-heróis estejam saturando a indústria cinematográfica é fato esse tipo de produção não vai parar tão cedo. Por esse motivo fica a ideia de que certamente todos os personagens que acostumamos ver com os rostos de sempre vão se “regenerar” e ter uma longa vida nos cinemas mesmo que com outros rostos. 

E antes que a questão sobre fidelidade ao material original venha à tona é importante lembrar das inúmeras versões que já conhecemos dos heróis e vilões nos quadrinhos da Marvel, seja em universos alternativos ou no tradicional. Talvez para a grande maioria isso não seja uma boa ideia, mas por outro lado vale a pena dar uma chance para as oportunidades que podem ser exploradas. Fazendo um paralelo com os minutos finais do personagem conhecido apenas como Aquele Que Permanece (Jonathan Majors) é melhor não saber o que virá a seguir e se surpreender com o resultado.

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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