Tijolômetro – Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025)
Depois que o novo DCU estreou com o pé direito com Superman, a Marvel tinha uma única tarefa: fazer com que seu próximo lançamento também fosse bem recebido pelo público. Essa responsabilidade caiu nos ombros de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos que, depois de tantas especulações sobre sua relevância, finalmente chega aos cinemas. E apesar de ainda ser cedo para sabermos como a primeira família de super-heróis afetará o futuro do MCU, já podemos dizer que o longa cumpriu a missão do estúdio com sucesso.
Na Terra 828, o Quarteto Fantástico se consolidou como o grupo de protetores do planeta. Reed Richards (Pedro Pascal), também conhecido como Senhor Fantástico, pode esticar seu corpo; sua esposa, Sue Storm (Vanessa Kirby), tem a habilidade de manipular a luz e se torna a Mulher Invisível; já seu irmão, Johnny Storm (Joseph Quinn) vira o Tocha-Humana graças ao seu poder de controlar o fogo; por último, Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) tem um corpo rochoso e força incrível, passando a ser chamado de O Coisa. Além dos dilemas familiares, eles se deparam com seu maior desafio quando Galactus (Ralph Ineson) está a caminho para devorar a Terra.
Mesmo que o filme não desse a informação de que os acontecimentos se desenrolam na Terra 828, ainda ficaria óbvio que esta se trata de uma realidade alternativa. Isso se deve à ambientação retrofuturista na qual a trama se passa, misturando elementos dos anos 1950/60 com tecnologia do futuro. Nesse cenário, encontramos o Quarteto recebendo homenagens na mídia porque se passaram quatro anos desde que ganharam seus poderes. Assim, os espectadores ficam sabendo rapidamente sobre a gênese dos heróis e como eles ganharam seus dons sem assistir a mais uma história de origem.
Esse recurso habilmente utilizado deixa claro que Quarteto Fantástico é um longa que vai direto ao ponto: conhecemos os protagonistas, os problemas que terão que enfrentar e a busca pelas possíveis soluções. Com esse ritmo objetivo, sobra espaço apenas para um flerte com o multiverso, sem muitas pistas sobre como os personagens se conectam com o restante do MCU além da primeira cena pós-créditos.
Essa objetividade não é nenhum problema, visto que o elemento principal é bem desenvolvido: a família. O entrosamento entre o elenco reflete a química entre os membros do Quarteto e há tempo para explorar um pouco as características de cada um. Pedro Pascal é um Reed Richards brilhante e perfeccionista que precisa aceitar que nem sempre terá todas as respostas; Vanessa Kirby transmite grande força para Sue e carrega a maior carga dramática do filme; Joseph Quinn dá vida a um Johnny que vai muito além do alívio cômico e demonstra uma inteligência aguçada; Ebon Moss-Bachrach é O Coisa mais carismático das adaptações do personagem e une o grupo, mesmo sendo aquele com menos espaço na trama.
Já o vilão Galactus finalmente recebeu a adaptação que merecia ao ter uma caracterização que ressalta sua imponência. Infelizmente, seu potencial é pouco explorado, de modo que suas ações não causam tanto impacto quanto deveriam. Por outro lado, a Surfista Prateada (Julia Garner) marca sua participação como uma antagonista de peso com decisões relevantes para a narrativa, além de protagonizar as melhores sequências de ação.
Nas últimas produções do MCU, um problema recorrente era a qualidade duvidosa do CGI. Contudo, dessa vez eles acertaram não somente nisso, mas também no figurino e na construção dos cenários, dando um toque nostálgico e, ao mesmo tempo, inovador ao longa.
Apostar na relação familiar entre os protagonistas e na objetividade do roteiro mostra que a fórmula Marvel ainda pode render bons frutos. Por isso existe a esperança de que Quarteto Fantástico: Primeiros Passos pode ser o retorno do estúdio ao caminho certo, onde os filmes tinham um objetivo definido e apelo sentimental junto ao público.
Assista ao trailer:
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