Tijolômetro – Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022):

Ótimo!

Depois da morte repentina de Chadwick Boseman, o eterno Rei T’Challa, surgiram muitas especulações sobre o futuro do Pantera Negra dentro do MCU. Mesmo com o diretor Ryan Coogler e o produtor Kevin Feige garantindo que a memória do ator seria honrada, ainda restavam muitas dúvidas a respeito de como isso seria feito. Agora, finalmente podemos descobrir com a chegada de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. E a resposta não poderia ter sido mais satisfatória e emocionante.

Na trama, Wakanda encontra-se fragilizada após a morte prematura de T’Challa (Chadwck Boseman) e precisa lidar com a pressão de outras nações interessadas em Vibranium. Sem a proteção do Pantera Negra, a Rainha Ramonda (Angela Bassett) tenta proteger seu território com a força das Dora Milage lideradas pela general Okoye (Danai Gurira), enquanto Shuri (Letita Wright) ainda chora a perda do irmão. Em meio ao cenário de instabilidade, uma nova ameaça surge com a chegada de Namor (Tenoch Huerta), governante do reino de Talokan.

Desde o início, o maior desafio de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre foi dar continuidade ao primeiro filme sem a presença de Chadwick no papel do protagonista. Graças a tudo que o ator e seu personagem significaram (e ainda significam) para a representatividade negra, era imprescindível que seu legado fosse respeitado. Por isso, é um alívio perceber todo o cuidado que o roteiro tem ao tratar da morte de T’Challa e como isso tem impacto sobre os wakandanos, mantendo conexões sólidas com a produção anterior e apresentando argumentos coerentes para o desenrolar dos próximos acontecimentos.

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O que torna tudo ainda mais profundo e comovente é o sentimento real da perda, onde não conseguimos separar a ficção da realidade. Sentimos que a narrativa – ao longo de seus 162 minutos – se permite passar por todas as fases do luto, desde a negação, passando pela raiva até chegar a aceitação para seguir adiante. Cada um dos personagens sente o luto a sua maneira, mas podemos ver isso de forma mais intensa em Shuri e na Rainha Ramonda, as duas que mais sofrem com a ausência de T’Challa enquanto precisam zelar por Wakanda.

Sem a figura do rei, a atenção se volta para seu reino. O foco em Wakanda se aprofunda nas tradições e costumes e volta a refletir a cultura africana assim como foi feito no primeiro filme. O espetáculo de cores, música e dança é garantido, inclusive durante os ritos de passagem e funerais. A avançada tecnologia wakandana ao invés de contrastar com esses hábitos, parece se adaptar a eles como um complemento.

Muito além do tom de despedida, a história dá um passo adiante e introduz novos conflitos e personagens. O principal deles é Namor, rei da cidade subaquática Talokan. Da mesma forma que Killmonger, Namor pode ser entendido como um antagonista e não exatamente um vilão, visto que suas motivações são embasadas em alguns princípios. Seu intérprete, o ator mexicano Tenoch Huerta, se encaixa bem no papel e transmite carisma ao público. Outra figura de destaque é Riri Williams (Dominique Thorne), a qual já sabemos que reaparecerá em breve na série Coração de Ferro. Apesar de não ser muito desenvolvida, ela desempenha um papel importante na trama e mostra toda a genialidade da jovem cientista, o que a justifica como a sucessora do Homem de Ferro.

Para a fase 4 da Marvel como um todo, este filme parece uma peça independente que se destaca pela maturidade, superando Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa e Eternos nesse quesito. Ainda assim, existem cenas de humor, porém sem exageros e no tempo certo. As cenas de ação se destacam pelo dinamismo e pela formação de batalha tanto das Dora Milage quanto dos guerreiros de Talokan, resultando em lutas de tirar o fôlego. Já a conclusão se mantém coerente com tudo o que vinha sendo mostrado desde o início e dá margem para futuras produções, incluindo a cena pós-créditos, que serve tanto como homenagem como uma possível continuidade.

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre carrega o peso da morte de Chadwick Boseman, contudo sabe transformar a dor do luto em uma homenagem comovente e honrosa ao mesmo tempo em que toma impulso para seguir adiante. Muito além de um filme de super-herói, a Marvel consegue dar consolo aos fãs do ator e aos que estavam preocupados com o futuro do protetor wakandano.

Assista ao trailer:

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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