[authorbox authorid=”8″ title=”Texto por:”]
No fim de agosto, uma notícia abalou o mundo: a morte de Chadwick Boseman. Após uma luta de quatro anos contra o câncer de cólon, o jovem ator encerrou sua história de forma significativa. Conhecido pelo grande carisma e por inspirar pessoas com suas atitudes, ele se tornou um herói fora das telas, algo que de certo modo associou ainda mais sua imagem com a de seu personagem no UCM: O Pantera Negra. Isso não é surpresa já que na época do lançamento do primeiro filme solo era notório o grande impacto social e midiático desse trabalho. Por esse motivo, não é exagero dizer que criou-se a partir daquele momento um legado para o super-heroísmo negro nos cinemas que agora ficou mais forte ainda. Nesse sentido, fica a pergunta: como tudo isso será honrado no futuro?
Antes de buscar respostas, vale uma viagem pela linha do tempo dele. Inicialmente, sua carreira ficou marcada pela interpretação de figuras históricas da vida real como Jackie Robinson em 42 (2013), James Brown em Get on Up – A História de James Brown (2014) e Thurgood Marshall em Marshall (2017). No ano de 2016, em Capitão América: Guerra Civil as coisas começaram a mudar para Chadwick Boseman. Era hora de fazer sua entrada triunfal como T’Challa, o rei de Wakanda. Essa participação foi o suficiente para que os fãs ficassem com a expectativa lá no alto para a estreia do filme que finalmente traria o super-herói da Marvel como protagonista.
Ano passado, vimos ele novamente em Vingadores: Ultimato. Mesmo tendo sido uma participação pequena na batalha final contra Thanos, fica a lembrança de momentos tão marcantes desse filme épico. Infelizmente, foi a última vez que vimos ele como Pantera Negra em uma produção live action do Universo Cinematográfico da Marvel, mas o mesmo não pode ser dito sobre a voz dele. Na série animada What If…?, do Disney +, ele dublou T’Challa em um episódio que mostrará o que aconteceria se o personagem fosse o Senhor das Estrelas dos Guardiões da Galáxia no lugar de Peter Quill.
Em relação ao futuro, ainda é muito cedo para definições por parte da Marvel Studios. Afinal de contas, o choque da notícia e o sentimento de luto ainda se fazem presente. Por isso, qualquer comentário sobre outro ator interpretando o herói ou até mesmo a troca de manto seriam prematuros e até insensíveis por parte de Kevin Feige e cia. No entanto, isso não impede que o público comece a especular algumas possibilidades. Entre elas, a de Shuri (Letitia Wright) ser a nova Pantera Negra e assim honrar o legado do seu irmão e também do ator. A opção é interessante e tem base nos quadrinhos recentes. Caso isso ocorra, seria interessante uma cena como a que ocorre no primeiro filme em que T’Challa visita seus ancestrais. Essa seria a oportunidade perfeita para uma homenagem à Chadwick Boseman.
Inclusive, homenagens não faltaram por parte do público que se sentiu representado pela interpretação do ator. Um caso particular que sem sombra de dúvida merece destaque é o de crianças negras que se sentiram representadas desde o lançamento do filme. Em uma matéria publicada no site da Editora Abril, a jornalista Flávia Antunes reuniu algumas das diversas postagens de redes sociais em que meninos demonstram seu carinho e agradecimento ao trabalho de Chadwick. Isso com certeza comprova o quanto a imagem de ator e personagem ficaram unidas em uma simbiose muito bem-vinda.
Por conta de momentos como esse, fica a expectativa para que outros super-heróis negros brilhem no cinema assim como ele. Quem será o próximo? O Cyborg de Ray Fisher ou talvez o Falcão/Capitão América de Anthony Mackie? Ou, quem sabe, o primeiro ator a interpretar o Super-Choque em live action? Infelizmente, com exemplos como esses ainda não dá para enxergar alguma luz que ilumine o caminho do super-heroísmo negro na sétima arte. Isso porque nenhum desses citados chegou próximo da força de representatividade e inspiração do Pantera Negra de Chadwick.
Enfim, apesar das incertezas do futuro dos super-heróis negros no cinema, fica aqui essa homenagem em forma de artigo. Afinal de contas, quem poderia imaginar que um personagem fruto da parceria entre Stan Lee e Jack Kirby teria um interprete tão a altura que praticamente se fundiria com ele?. Mais do que isso, Chadwick Boseman provou como é possível construir pontes de igualdade ao invés de muros de preconceito com sua interpretação. Por isso, não é a toa que já se tornou normal unir os braços e com eles repetir as palavras que seu Pantera Negra tão orgulhosamente gritava como um rei: Wakanda para sempre!
Conteúdo relacionado:
- O Impacto Social e Midiático do Pantera Negra | Olhar Literário
- Crítica sobre Pantera Negra – Por Mozer Dias
- Chadwick Boseman fará ainda mais uma aparição no MCU em série da Disney+
- Crianças reforçam representatividade ao se despedirem do ‘Pantera Negra’