Criada em 1941, tendo sua primeira aparição em All-Star Comics 8, a amazona conquistou o mundo como a primeira super heroína deste universo que vinha num crescente absurdo desde a primeira aparição de Super Homem. Seus criadores são Dr. William Moulton Marston, psicólogo e escritor com uma vida pessoal muito polêmica (para os padrões dos anos quarenta) e o desenhista H.G Peter. Em plena segunda guerra mundial as mulheres começaram a ter que ocupar o espaço dos homens nas grandes fábricas e empregos urbanos, enquanto os soldados estavam em campo de batalha. Foi dentro deste novo panorama social que surgiu essa personagem feita para explorar o público feminino que, até então, não consumia HQ’s. De lá para cá muita coisa mudou e diversas obras e revistas foram feitas com essa personagem. Para aqueles que desejam começar a entender mais a fundo a personagem, aqui vão algumas dicas.

Seriado da Mulher Maravilha

As 3 temporadas, que ocorreram entre 1975 e 1979, mostram as aventuras da super heroína, que era encarnada por Lynda Carter. Todos os conceitos mais clássicos da personagem estão presentes nesses episódios e graças a esse programa Diana se tornou mundialmente conhecida para diversas gerações. A Mulher Maravilha do seriado, assim como o Batman de Adam West (que eu falei aqui), mantiveram esses ícones da cultura pop vivos no imaginário popular. Assim como o seriado do morcego ela também ganhou a sua HQ, intitulada, Wonder Woman 77.

A saga de George Pérez

Publicidade

Com o fim da famosíssima saga da Crise das Infinitas Terras, todos os grandes personagens da DC foram reformulados para o novo universo que se iniciava. Batman ficou nas mãos de Frank Miller e Superman com John Byrne, ambos gênios da indústria. Mulher Maravilha, que configura o terceiro pilar da santíssima trindade da editora, ficou nas mãos de George Pérez, simplesmente um dos maiores ilustradores de todos os tempos, que revolucionou a personagem. Ao que tudo indica essas histórias serão republicadas em breve pela editora Panini, que configurará três encadernados, intituladas: Lendas do Universo DC- Mulher Maravilha. Material obrigatório para todo fã de quadrinhos.

Animação: Mulher Maravilha 

A DC é famosa por fazer ótimas animações. Desde a época da série animada do Batman, nos anos 90, até as mais recentes adaptações de histórias clássicas como Cavaleiro das Trevas e All- Star Superman. A amazona não ficou de fora dessa e teve sua origem numa animação que leva o seu nome, assim como “Lanterna Verde: Primeiro Vôo”. Muito provavelmente o filme da personagem seguirá a linha de adaptação desta animação.

Mulher Maravilha versão Novos 52

Mesmo com as diversas críticas que a iniciativa Novos 52 teve, a Mulher Maravilha se beneficiou muito dessa nova oportunidade de modificar sua estrutura clássica. Nessa nova versão ela é filha de Zeus, dando início a uma luta pelo trono do Olimpo. Magistralmente escrita por Brian Azzarello e desenhada por Cliff Chiang. A editora Panini já começou a publicar essas histórias em volumes fechados em capa dura. Toda a saga escrita por Brian é ótima e brinca muito com a mitologia, além e Cliff ter conceitos muito inovadores para mostrar os deuses e tudo que é de caráter fantástico.

Terra Um: Mulher Maravilha

Terra Um foi um selo criado para recontar a origem de heróis da DC pelas mãos de grandes nomes da indústria. Mesmo com nomes como Geoff Johns, nada de bom estava saindo nesse formato até que Grant Morrison decidiu recontar a origem da heroína. A HQ também foi publicada pela Panini recentemente e possui os desenhos de Yanick Paquette. A versão mais atualizada da personagem e brinca muito com esse conceito de ilha utópica só com mulheres.


A personagem que se tornou embaixadora da ONU, tanto no mundo das HQ’s quanto na vida real, é um símbolo de luta pelo direito das mulheres. Sua jornada começou na década de 40 e se estende até hoje. Seja em seriados, filmes ou quadrinhos ela já faz parte da nova mitologia que vivemos através da cultura pop. Mulher Maravilha, ou Diana, acabou sendo mais do que um produto de entretenimento para aquele período específico, e se tornou um símbolo do feminino dentro do mundo que até então era dominado por homens sarados com roupas coladas. Até hoje ela é a maior referência feminina dentro deste gênero. Pode perguntar para qualquer um, mesmo que essa pessoa não seja nem um pouco nerd, quem é essa personagem e tal pessoa saberá.

Publicidade
Share.
Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

Exit mobile version