Aviso de Spoilers, caso você não tenha lido A Saga da Fênix Negra, o crossover Vingadores vs X-Men e assistido X: Men: O Confronto Final

Esta entidade é dona de um imenso poder. Marcou a vida uma telepata ruiva para sempre, assim como a de todos os seus amigos. Também foi o motivo de uma guerra entre mutantes e vingadores além de ter se envolvido com um deus asgardiano nos quadrinhos. Suas histórias tiveram diferentes versões para a tv e cinema. Agora mais uma vez chegou o momento de vermos ela em ação com a estreia do filme X-Men: Fênix Negra. Enquanto aguardamos o resultado desta nova empreitada cinematográfica, fica o convite para revistarmos seu passado pelo multiverso midiático da Marvel.

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Para início de conversa, é preciso revisitar alguns pontos do arco de histórias conhecido como A Saga da Fênix Negra que contou com roteiros de Chris Claremont e arte de Dave Cockrum e John Byrne. Para muitos fãs dos X-Men, este é um dos clássicos da equipe por vários motivos. Além de inspirar várias adaptações que surgiram ao longo dos anos, a saga serviu para pontuar um momento importante nos quadrinhos: a morte de Jean Grey. Na época, início dos anos 80, isso não era tão comum e banal nas HQs como hoje em dia. Por isso, o impacto foi grande e épico considerando o tom das histórias da editora no período.

“Todos os seres são propensos ao bem e ao mal. Todas as nossas ações resultam da interação entre essas duas forças fundamentais. Nossa consciência nos torna cientes dessas forças e nos confere a responsabilidade de escolher entre elas. Lamentavelmente, nem todas as nossas escolhas são nítidas. Nem todos os conflitos são óbvios.” (Reflexão do Vigia após a conclusão da saga)

Um dado interessante é que podemos analisar esta história com a Jean e a Fênix Negra como uma metáfora sobre a loucura nascida pelo poder. De certo modo, esta discussão vai muito além da questão poder e responsabilidade que, por sua vez, define por exemplo a origem do Homem-Aranha. No caso especifico da mutante, é como se isso fosse um caminho inevitável para o descontrole total. A respeito disso, recomendo conferir um ponto de vista interessante sobre os caminhos escolhidos pelo roteiro da saga no artigo Estereótipos e loucura em A Saga da Fênix Negra, de Natália Sierpinski para o Minas Nerds.

Nos cinemas, esta trama foi adaptada pela primeira vez em X-Men: O Confronto Final (2006). Vale lembrar que em X-Men 2 (2003) uma pequena e sutil referência havia sido dada nos momentos finais. Considerado por uma grande parcela do público um dos piores filmes dos X-Men , este encerramento da trilogia original misturou outras tramas além da introdução da Fênix e ainda deu mais protagonismo para o Wolverine de Hugh Jackman. Como se isso não fosse o bastante, tem o fato da adaptação ter tirado totalmente da equação a ideia de uma entidade cósmica. Ficou no lugar a questão de um poder suprimido por bloqueios telepáticos já que esta versão de Jean Grey vivida por Famke Janssen tinha uma dupla personalidade. Além disso, ficaram de fora a participação do Clube do Inferno e a subtrama cósmica envolvendo os Shi’ar. Basicamente, um exemplo de como não se adaptar uma grande história.

Antes de partir para outra famosa versão da Fênix neste multiverso midiático da Marvel, vale a pena revisitar algumas adaptações para a tv. A animação dos X-Men nos anos 90 adaptou a saga em alguns episódios de sua terceira temporada, o que é bem interessante se levarmos em conta muitas pessoas nesta época conheceram os mutantes dessa forma. Em X-Men: Evolution, houve uma menção a isso em um futuro vislumbrado pelo Professor Xavier. Infelizmente, isto ficou apenas na teoria devido ao cancelamento da série. Por último, vale mencionar a adaptação feita em Wolverine e os X-Men exibida poucos anos depois de X-Men: O Confronto Final.

Agora, CHEGA DE JEAN GREY! até porque ela não foi a única hospedeira da Fênix, principalmente nesses últimos tempos. O crossover conhecido como Vingadores vs X-Men é um ótimo exemplo disso. Além de nos permitir ver vários confrontos inusitados entre as equipes, o arco de histórias que envolve essa saga tem vários momentos marcantes que referenciam A Saga da Fênix Negra, Dinastia M, entre outas histórias. No centro de tudo está Esperança Summers, a filha adotiva de Cable que veio do futuro e é a nova mutante escolhida para portar o poder da entidade cósmica. Entre os vários aspectos que podemos ressaltar sobre essas HQs é como a questão da corrupção pelo poder foi ampliada, no caso do Quinteto Fênix e do Ciclope em especial. Outra curiosidade está na forma como parte da história do Punho de Ferro se relacionou com a mitologia da Fênix no universo Marvel. Para saber mais sobre isso, recomendo este review do canal Nerd All Stars.

A última citação sobre a Fênix nos quadrinhos merece ser feita de uma forma… diferente. Houve um tempo, há 1 milhão de anos atrás, quando seres extremamente poderosos se viram reunidos contra uma ameaça celestial do qual nenhum deles poderia combater sozinho. Neste momento, nasciam os Vingadores Pré-históricos. São eles o asgardiano Odin, o feiticeiro Agamotto, Pantera Negra, Estigma, O Espirito da Vingança e a Fênix. Uma curiosidade é que antes de conhecermos o grupo na HQ Marvel Legay, foi revelada uma prévia em Thor: Generations na qual descobrimos que o Pai de Thor e a hospedeira da entidade na pré-história haviam tido um relacionamento amoroso.

Enfim, após revisitar tantas versões neste multiverso midiático da Fênix fica agora a expectativa para que o novo filme consiga realmente fazer uma adaptação de qualidade que nos faça esquecer do fiasco anterior. Senão, será apenas mais um item a ser citado nesta vasta lista de adaptações da HQ original que ainda permanece insuperável em nossas memórias.

Saiba mais:

Olhar Literário é uma coluna escrita por Marcus Alencar. Marcus é redator no site Leituraverso e um dos hosts do podcast Leituracast

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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