Pense em um anime ambientado em uma escola onde alguns estudantes têm superpoderes… Humm, parece que já vimos isso em algum lugar, não é? Mas e se esses poderes tivessem limitações que os fizessem não ser tão super assim? Essa é a ideia de Charlotte (Shārotto), criado por Jun Maeda e produzido pelo estúdio P. A. Works.

O enredo explica que uma parcela das crianças desenvolve habilidades especiais quando atinge a pré-adolescência. Otosaka Yu é um desses “sortudos”, porém seu poder de possuir o corpo das pessoas dura apenas 5 segundos. Mesmo assim, o garoto usa-o para benefício próprio até conhecer a misteriosa Tomori Nao e ser convocado para o Conselho Estudantil da Academia Hoshinoumi. Chegando lá, Yu e os outros membros do grupo começam a ir atrás de jovens especiais como eles para alertar sobre o perigo de usar esses dons.

 

O que torna essa história diferente dos demais animes do tipo “colegiais com poderes” é justamente as restrições que cada um possui. A Tomori, por exemplo, pode ficar invisível, entretanto apenas para uma pessoa de cada vez. Já o Takajō é um garoto com super velocidade, porém nunca consegue parar no ponto onde deseja. Por aí, já podemos ver que esse dom vindo de algum lugar obscuro não é perfeito e muitas vezes pode atrapalhar mais do que ajudar. Isso obriga os protagonistas a bolarem estratégias e a trabalharem em equipe para driblar esses obstáculos.

Essa condição também é responsável pelo tom de comédia de Charlotte, que possui muitos momentos divertidos. Contudo, semelhante ao que acontece em Parasyte, chega uma hora que esse senso de humor fica em segundo plano para dar espaço ao drama gerado por algumas circunstâncias. O lado positivo é que a partir daí a trama passa a ficar mais coerente, com os episódios interligando-se para chegar ao clímax.

 

Por ser uma produção curta, com apenas 13 capítulos, os acontecimentos se desenvolvem rápido. Há um ponto de virada no roteiro onde novas informações são descobertas e isso dá outra cara ao programa, mostrando que ele é mais ambicioso do que aparentava no início. Algumas dúvidas começam a ser esclarecidas e enfim entendemos qual é o perigo maior por trás de tudo.

Se por um lado o tamanho curto deixa a obra mais dinâmica, por outro perde a chance de se aprofundar em alguns personagens importantes. Alguns deles são deixados de lado e perdem tempo de cena. O caso mais grave é o de Tomori, que é uma personagem complexa e sombria que enfrenta diversos problemas pessoais por ser quem é, mas não ficamos sabendo tudo o que foi resolvido a respeito deles. E as chances de sabermos em uma eventual segunda temporada são poucas já que o desfecho do anime deixa pouco espaço para tramas futuras.

 

Mesmo não sendo perfeito, Charlotte é um daqueles animes com uma ideia inovadora em cima de um tema clichê e só por isso ele já merece uma chance. Contudo, além da criatividade, a criação de Jun Maeda promete boas risadas com uma dose calculada de emoção.

Ficha técnica:

  • Ano de lançamento: 2015
  • Gênero: comédia, superpoderes, drama, vida escolar
  • Música de abertura: Bravely You – Lia
  • Música de encerramento: Yake Ochinai Tsubasa – Aoi Tada
  • Criador: Jun Maeda
  • Estúdio: P. A. Works
  • Número de episódios: 13
  • Status: concluído

Trailer:

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Charlotte

6.0 Bom
  • Nota 6
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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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