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O bom da Netflix é que ela nos dá a oportunidade de ver filmes de outros países, tanto com suas produções originais feitos pela reprodutora via streaming quanto filmes e séries comprados que estão em seu catálogo. Quem diria que uma série espanhola, Casa de Papel, seria um sucesso no Brasil? Agora temos um filme de ação policial francês como um dos lançamentos recentes da plataforma.

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Um presidiário começa a trabalhar como mecânico para a polícia para reduzir sua pena, mas acaba se envolvendo numa conspiração criminosa. Agora ele precisa iniciar uma fuga frenética e achar um jeito de provar para as autoridades que ele ainda é inocente e que não voltou para sua antiga vida criminosa.

 Apesar de a Netflix tentar vender esse longa como um grande filme de ação com corridas de carros, essa não é bem a verdade. Caso não queira se desapontar é melhor já saber que na verdade essa é uma produção mais focada no suspense e na relação “gato e rato” entre os protagonistas e aqueles que os perseguem. Mas não temos tantas cenas de ação assim, mas as que temos são excelentes.

Na transição do primeiro para o segundo ato, por exemplo, temos uma luta que lembra coisas que vimos na série do Demolidor, em Old Boy e Atômica de 2017. A única diferença é que o diretor não fez uso do plano sequência como é o caso desses exemplos, mas não é por isso que a cena não é tão empolgante. Também temos algumas cenas de perseguição de carros que são bem impressionantes, mas não venha para cá esperando algo no estilo Velozes e Furiosos. Na maior parte do tempo o que você verá são os personagens discutindo seus planos, confabulando o próximo passo e mentindo um para o outro até acharem uma forma de ludibriarem o inimigo.

Essa parte de suspense predominante até é muito boa no roteiro, mas a atuação dos atores não ajuda muito. Claramente eles foram escolhidos para esses papéis graças à capacidade de realizarem coreografias de luta bastante complexas e não pela capacidade interpretativa. Isso acaba por gerar diálogos um pouco arrastados e que desaceleram o ritmo do longa. Esse é o tipo de filme que precisa ter um ritmo constantemente frenético, pois é sobre isso que a história se trata. Infelizmente em alguns momentos a trama reduz o ritmo quando não deveria.

O roteiro de Guillaume Pierret (que também dirigiu o filme) é bastante sólido e consegue manter um ar de realismo ao mesmo tempo em que possuiu grandes cenas de ação. Temos até direito a reviravoltas espalhadas por toda a trama que são bastante boas e nos mantém extremamente atentos aos acontecimentos.

Um filme simples, mas muito bem executado que consegue ir direto ao ponto. Certamente uma boa pedida para esse momento onde ainda estamos passando bastante tempo em casa devido ao Covid. Talvez uma das melhores coisas que saíram nesse período em que tantos grandes filmes tiveram seus lançamentos adiados. Também vale a pena ficar de olho em Guillaume Pierret que mostrou nesse filme que sabe filmar ação como poucos.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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